sábado, 20 de dezembro de 2008

Comilança de Fim de Ano


Chá com Bolachinhas existe já há mais ou menos 1 ano e 3 meses. Para um blog que tem nome ligado a comida, até que falo pouco sobre o tema neste espaço.

Porém, nada como uma noite mal dormida para trazer o assunto à baila. Nas últimas semanas, muitos festerês em família, com amigos, trabalho... todo mundo quer celebrar o final do ano. E isso que, como estou com o bebê pequeno, tenho tido que recusar alguns convites por dificuldades logísticas. 

É sempre legal festejar, com amigos ainda mais. Mas o acúmulo de convites faz do prazer também um stress. E para uma mamãe fresca, que ainda luta contra a dissonância cognitiva da recusa de suas calças em caberem nas novas formas, é até uma forma de tortura.

É besteira, eu sei. Está nos livros, na orientação da obstetra e na experiência das amigas que já passaram por isto - o corpo tem seus 6 meses, no mínimo, pra voltar ao que era antes, com a ajuda de alguma malhação e autocontrole. 

Então, vou buscar inspiração para resolver minha ansiedade (e curtir devidamente este momento de festas) nas sábias palavras de dona Hebe Camargo, de quem sou fã assumida. Ela disse: "o problema não é o que comemos entre o Natal e o Ano Novo, e sim o que acontece entre o Ano Novo e o Natal"...

Que venha 2009! Até lá, vamos continuar atolando na jaca, em boa companhia!!!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Álbum de Recordações


Um dos bônus da licença-maternidade é fazer coisas que há muito eram adiadas. 

E consegui fazer somente agora, que já se passaram dois meses. Pois é preciso um mínimo de organização para ter o tempo necessário - o que é bem difícil neste início. Mas agora já começo a retomar algum controle sobre a minha agenda - com ajuda externa para toda a "logística" do bebê, é claro.

Voltando ao assunto - há uns 2 anos, ganhei um álbum de fotos da minha mãe. Adoro fotos, adoro ainda mais fotos em álbum. Porém, com essa mania de fotos digitais, acho que estamos perdendo o hábito dos álbuns . Tanto pela proliferação do número de fotos tiradas por evento (pois não tomamos mais o mesmo cuidado do que antes, quando usávamos filmes), como também pela preguiça de separar, gravar um CD ou pendrive e levar os arquivos para imprimir em algum laboratório. O que, convenhamos, não é mais trabalhoso do que levar os filmes. Mas como não há mais o elemento surpresa de ver as fotos prontas somente após a revelação, a motivação é menor.

O estopim para resolver fazer um álbum veio de uma pergunta do meu marido - que ele provavelmente não imaginou que teria qualquer consequência prática. Como quase todos os dias tenho me divertido fotografando o bebê, ele perguntou se já tinha feito o backup das fotos, tipo assim, vai que elas se perdem, etc, etc, etc...

Bom, como a maioria das pessoas, não faço backup com a frequência que seria necessária. Por outro lado, sou meio analógica no que se refere a cópias de segurança. Imprimo tudo o que é importante - desde comprovantes de pagamentos feitos online, até emails com informações interessantes, vouchers para uso futuro, etc. 

Ou seja, resolvi então imprimir as fotos e fazer o tal álbum há tanto tempo adiado. Um resumo épico dos últimos 3 anos em 100 fotos!!!

Foi um ótimo exercício - recomendo a quem tenha tempo disponível e paciência para tanto. 

Uma delícia reviver cada momento e difícil escolher as fotos mais representativas, dentre as centenas (ou seriam milhares?) disponíveis.  Impossível não se emocionar em várias situações.

No final, a sensação de que a vida seguiu exatamente o curso que eu queria nestes 3 anos. E que hoje estou exatamente onde queria estar. E que os meus motivos de orgulho na vida mudaram radicalmente, para melhor.

É hora de começar a sonhar com as fotos que quero ver no próximo álbum.



sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Mamar, filosofar, sorrir



 Estou demorando mais do que o costume para atualizar os posts do blog, eu sei.  

 Efeito da nova rotina, que a cada 3 horas recomeça, na seqüência mamada – fralda – tranqüilizar (esta aumentando mais ultimamente) e dormir (esta diminuiu durante o dia e vai muito bem à noite – Graças a Deus!).

 Às vezes, crio posts inteiros na minha mente, durante a etapa das mamadas. É praticamente uma hora inteira de interação total com esta nova pessoa na minha vida. Seis vezes por dia, ao menos. O que significa um tempo bem razoável para filosofar e pensar na vida. Daí a passar para o computador... é outra coisa. Conseguir 15 minutos inteiros, em frente ao monitor, às vezes é um pequeno luxo quase impossível (e que tem de ser bem aproveitado antes que o ciclo reinicie ou seja interrompido por um choro fora da sequência!).

 Também aproveito a amamentação para ler um livro bem interessante, que me foi recomendado pelo pai de uma grande amiga durante a gravidez. É um tratado de psicologia sobre o primeiro ano de vida. Muito bom e relativamente acessível à gente leiga, como eu. Está me ajudando ainda mais a entender como se estabelece a personalidade do pequeno.

 Num dos últimos capítulos que li, a seguinte frase  

... o aparecimento da reação de sorriso dá início às relações sociais do homem. É protótipo e premissa de todas as relações sociais subseqüentes.

 Achei o máximo. O sorriso é a ferramenta social por excelência! E é através dele que nos introduzimos às relações com outras pessoas neste mundo, cativando-as mesmo sem saber.

Meu bebê deu seus primeiros sorrisos há mais ou menos 3 semanas, logo após o final do primeiro mês. Naturalmente a babação está imensa... a sensação é como na canção do Gil “há de surgir uma estrela no céu cada vez que você sorri”.

E as pessoas aprendem a usar o sorriso para estabelecer (mesmo que falsamente) uma relação com os outros. Nessas reflexões durante as mamadas lembrei de duas situações nostálgicas a este respeito, típicas de quem passou a infância-adolescência entre os anos 70-80.

Uma veio de uma entrevista da Cyndi Lauper, que foi minha ídola teen. Ela usava um termo para descrever o sorriso amarelo que as celebridades dão – o tal Hollywood Smile. Uso este termo até hoje para descrever aquele sorriso que é quase uma careta de tão falso.

A outra veio de ainda mais tempo atrás. A frase indefectível de todos os cadernos de confidências (*)... vai em letras cor-de-rosa lantejouladas, então!

Sorria, mesmo que seja um sorriso triste! Pois é melhor um sorriso triste do que a tristeza de não saber sorrir.... (aaaahhhh!!!!)

O gosto da frase é altamente duvidoso - mas o conteúdo é revelador. Aprendemos desde nossa chegada ao mundo o valor de um sorriso para nossa sobrevivência.

(*) caderno de confidências – esta vale um post por si só... Resumindo, era um caderno cheio de perguntas, que a pessoa respondia uma por página. Sempre tinha uma questão do tipo “Diga uma frase ou frase predileta”...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Horror


Ultimamente, ao encontrarmos alguém conhecido, temos começado a conversa comentando a última notícia trágica, geralmente envolvendo crianças ou adolescentes.

Foram semanas consecutivas com diversas notícias, desde o malfadado caso Eloá até os recentes acontecimentos - coincidentemente todos no eixo PR-SC, envolvendo assassinatos e abusos sexuais de menores de idade.
Parece impensável tentar entender o que se passa na cabeça destes maníacos. Por outro lado, é inevitável o estado de choque que se encontra a sociedade. Foi-se o tempo em que brincávamos despreocupadamente, por horas a fio, nas ruas do bairro. Ou ainda, passeávamos pelo centro e tomávamos o ônibus, praticamente com a mesma idade da menina que foi encontrada dentro de uma mala. Não faz tanto tempo assim, apenas pouco mais de um par de décadas!

Penso, porém, que mesmo em choque, ainda não parece ser suficiente a dose para nos retirar desta letargia, que faz com que nada realmente significativo seja feito para mudar a situação. Recentemente tivemos aqui em Curitiba eleições bastante aborrecidas, sem que houvesse um real debate sobre os problemas da sociedade. Não acredito que nenhum dos candidatos tivesse reais preocupações com o que estamos vivendo. Tivéssemos por aqui um Giuliani (descontando os oportunismos do 11 de setembro), talvez pudéssemos sonhar com uma revolução semelhante à de Nova York, com a política da "Tolerância Zero".

Estamos todos cansados. Meu pai sempre diz que a única saída é a união da sociedade, pois de outra forma vamos ficar à mercê do crime - este sim, cada vez mais organizado. O problema é que ficamos cada vez mais ilhados, fechados no apartamento, no condomínio, no carro blindado. Mal e mal nos cumprimentamos no elevador - que dirá conversar para resolver problemas, que podem ser coletivos afinal.

Tenho medo. Saudades do tempo em que lia Dalton Trevisan e me divertia com as peripécias do Vampiro de Curitiba, cujas perversões poderíamos chamar de inocentes, perto do que temos visto em nossa cidade nos últimos tempos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Grandes mudanças, grandes expectativas


Estes últimos 60 dias foram marcantes para o mundo. E mudança é a palavra da hora.

Hoje, Obama é anunciado o novo presidente dos EUA. Confesso que torcia muito por isto, embora imagine que o desafio dele será imenso. O resultado foi arrasador, uma vitória esmagadora em que o recado foi claramente dado pelos americanos: "queremos mudança já!". A simples eleição dele já é um sinal muito forte, esperamos que as condições políticas reforcem o credenciamento que a população lhe deu e que realmente seja possível implementar as tais mudanças tão necessárias.

E entre outras coisas, um dos fatores que ajudaram a eleição de Obama foi certamente a crise econômica mundial, que ainda não vê solução próxima no curto prazo. Ainda que o peso da economia americana tenha diminuído sua representatividade sobre o total do mundo, ainda é a maior e esta eleição está intimamente ligada com o que se espera dos acontecimentos que ainda virão.  O mundo saiu de uma euforia consumista para um compasso de espera. Até a moda em Paris trouxe muito preto e cores escuras para o verão do hemisfério norte - sinal de que o humor está, sim, bastante diferente.

Enquanto isso, vivo um momento mais colorido e mágico que é a maternidade. Interessante passar por isto num papel de expectadora, sem vivenciar o dia-a-dia das corporações. Pela primeira vez na minha vida, aliás, o que causa ainda um certo estranhamento.

As mudanças para mim também são muitas, mas hoje tive uma evidência muito concreta de que "alguma coisa acontece no meu coração".

Quando o bebê nasceu, foram muitos os medos. De não ser uma mãe perfeita, de não conseguir dar conta do recado, de não saber como voltar a lidar com as coisas que fazia antes, enfim... Também havia a questão de se acostumar com uma pessoa nova. A relação que era a dois, passava a ser dominada por um terceiro. Tem um momento que pensei estar enlouquecendo, mas tudo passa. E agora a vida começa a se ajeitar num novo ritmo, mais cadenciado, porém sem a complexidade toda que enxergava no início. Dizem que uma mudança pessoal leva cerca de 45 dias para ser absorvida pelo indivíduo. Agora, que começo a chegar perto deste prazo, sinto que posso dizer que é verdade.

E o amor, que não se sabia se seria suficiente... este se expandiu. Senti isto claramente hoje, ao levar meu bebê para tomar suas vacinas. Choramos juntos ao sentir a picada das agulhas, uma no bracinho e outra na perninha. Doeu muito ver a expressão de dor no rosto do meu filhinho... Claro que é importante que ele esteja protegido contra as doenças, mas o desejo de proteger é muito forte. Mais forte do que qualquer coisa que jamais tenha sentido antes.

Mudanças acontecem em várias direções e quase nunca estamos preparados totalmente para recebê-las. Tenho grandes expectativas sobre estas 3 situações - que a Bolsa volte a mostrar bons sinais no futuro, que Obama seja o presidente que irá preparar os EUA e influenciar o mundo para uma nova era e que este filho seja o nosso companheiro para uma vida ainda mais plena e cheia de felicidades.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Contatos imediatos de primeiro grau


E passou-se a primeira semana deste novo estado (de espírito, de vida), que é ser mãe de alguém.

Comentei com dois grandes amigos que a sensação é a de ter sido abduzida. Como se tivesse sido subitamente arrancada de uma vida e inserida em outra, onde o ritmo é completamente diverso. A complexidade não é maior, nem menor, mas o desafio emocional é muito intenso. Ainda mais para a mãe de primeira viagem, como no texto enviado por minha grande amiga Ale (transcrito no final do post).

A impressão é que esta viagem não tem mais volta e que a vida anterior ficou totalmente para trás. Será?

Bom, como diria Caetano: pode ser que sim, pode ser que não...

De uma coisa já tenho certeza - não se volta o mesmo desta viagem. Imprescindível ter o companheiro certo para esta jornada, um pai carinhoso e apoiador, que entenda a importância do seu papel para o equilíbrio desta nova família, já que a mãe está mais fragilizada neste início. 

Também é frágil o novo relacionamento que se inicia com o bebê. Neste início de segunda semana já consigo perceber o quanto sua energia é afetada por interferências externas e como temos responsabilidade em protegê-lo.

Por fim, a certeza absoluta de que tudo vale muito a pena. Esta primeira semana também trouxe muitos momentos inesquecíveis, dos quais o mais marcante foi o primeiro encontro com meu filhinho. O bebê esgoelava, ao sair da barriga e, ao nosso primeiro toque com as mãos, parou de chorar imediatamente. Até a querida obstetra ficou admirada. Coisas fantásticas que nos revelam o quanto nossa vã filosofia deixa de alcançar sobre as maravilhas da Vida.

Transcrição do Texto enviado pela Ale

Mamãe de primeira viagem não traz muita coisa na bagagem.
Ela traz uma mistura de alegria e incertezas. E agora? Ela não sabe se vai saber ser mãe, não sabe que ser mãe não se aprende assim, que é um aprendizado diário e constante.

Ela traz um coração batendo mais forte, com ansiedades e um mundo de perguntas. Ela quer o melhor para sua continuidade, quer trabalhar duro e dizer com muito orgulho para o mundo todo que encontrou um objetivo para viver a vida.

Ah!... A mamãe de primeira viagem traz o sorriso nas orelhas e lágrimas nos olhos, mesmo se a ensinaram que não se deve chorar. Mas ela chora... ao primeiro contato, à primeira visão, na procura dos seus traços, suas marcas que continuarão sua caminhada na terra.

A mamãe de primeira viagem é uma mulher feliz. E mesmo se as inseguranças do mundo se fazem presentes, ela se prepara, como uma guerreira, para defender e oferecer o melhor dela mesma para o maior presente que ela mesmo recebeu da vida: um filho! 

domingo, 5 de outubro de 2008

Ao que vai chegar

Adoro Toquinho e sua música. Esse cara sabe das coisas. Tive o privilégio de vê-lo tocar com o falecido Baden Powell no Canal da Música e também sozinho, em outra cidade. Momentos inesquecíveis, maravilhosos, sublimes.

Foi num destes shows que ele contou a história desta música, que ele compôs para o filho que estava chegando. Segue um vídeo com o instrumental, que também é lindo.


Mas é a LETRA que diz tudo o que estou sentindo hoje, na véspera do meu encontro com essa pessoa tão aguardada.

ao que vai chegar

toquinho Composição: Toquinho / Mutinho

Voa, coração a minha força te conduz 
que o sol de um novo amor em breve vai brilhar 
Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz 
Clareia seu caminho e acende seu olhar 

Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia 
colhe a mais bela flor que alguém já viu nascer 
e não esqueça de trazer força e magia, 
o sonho e a fantasia, e a alegria de viver 

Voa, coração que ele não deve demorar 
e tanta coisa a mais quero lhe oferecer 
O brilho da paixão, pede a uma estrela pra emprestar 
e traga junto a fé num novo amanhecer 

Convida as luas cheia, minguante e crescente 
e de onde se planta a paz, da paz quero a raiz 
E uma casinha lá onde mora o sol poente 
pra finalmente a gente simplesmente ser feliz

domingo, 28 de setembro de 2008

O Roubo - reflexão sobre o Essencial


Hoje cedo tivemos um contratempo, roubaram o nosso carro, com vários pertences dentro da garagem do nosso prédio. Foi rapidíssimo, como normalmente ocorre neste tipo de situação, com uma arma apontada para o meu marido (que graças a Deus teve muita presença de espírito e manteve a calma). Obviamente me emocionei bastante, até pelo estado avançado da gravidez. 

9 horas da manhã... hora de comprar pão e sentir preguiça... quem imaginaria uma coisa dessas? Não há realmente mais momento nem lugar para se estar 100% seguro, daí o porquê da classe média brasileira estar cada vez mais ilhada dentro de condomínios e apartamentos, buscando uma segurança artificial que lhe garanta alguma paz quanto ao futuro de sua família.

Bem ... vão-se os anéis, ficam-se os dedos... Ontem mesmo estava refletindo sobre a próxima semana, sobre o nascimento do bebê. Daqui a exatamente 7 dias estarei fechando a malinha da maternidade e voltarei para este apartamento com um presente especial nos braços.  

Disse ao meu marido que estava muito feliz pois finalmente ia realizar mais uma parte do meu sonho (já escrevi um post sobre isto). Uma nova parte da minha vida vai iniciar, nada será mais como antes.

Durante os 2 minutos que fiquei parada ao lado do carro vendo o bandido com a arma apontada para o meu marido pensei que tudo é muito frágil, que o essencial são as pessoas que amamos e que cada momento nesta terra é pra ser vivido com muito amor e compreensão. Tive medo de perder tudo isso num piscar de olhos.

Por isso, agradeço mais uma vez a Deus por esta etapa da minha vida e, principalmente, pela família maravilhosa que eu tenho, meus pais, minhas irmãs, meu marido e meu filhinho que está chegando.  Tudo ainda continua por aqui e este é o essencial da vida.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Boas notícias

Oi filho.

A "sorte de ontem" na página inicial da mamãe no Orkut era "Você irá receber uma boa notícia".

E foram duas, afinal.

A primeira foi a manchete no UOL dizendo que a Bovespa disparou e fechou o dia em alta de 5,48% (o maior índice desde o grau de investimento)... este é um fator que você deve estar sentindo que deixa sua mamãe bem estressada nos últimos 2 ou 3 meses.

Mas a boa notícia de verdade foi a tia Marina, nossa médica, quem deu. A data do seu aniversário - 6 de outubro.

A emoção é muito grande, difícil de descrever pra você. Lembra um pouco a primeira vez que eu saí de casa pela primeira vez. Um pouco de incerteza, medo, mas também a alegria de marcar uma data para o nosso encontro. Estamos todos muito ansiosos para te ver de pertinho, segurar você, conhecer seu rostinho.

E talvez por isso eu ande tão chorona. Chorei hoje no consultório da tia Marina, que é uma pessoa tão legal e iluminada, dizendo que tinha muito orgulho de trazer você para este mundo. Chorei ontem, quando o papai me disse que estava esperando você com uma felicidade tão grande, igual à que ele próprio sentia quando era criança, ao saber que ganharia um presente maravilhoso de Natal, aquele presente mais desejado de todos.

Restam mais algumas semanas para você ficar aí no quentinho, enquanto o vento frio sopra em Curitiba. Enquanto isso, mamãe vai descansar bastante, aproveitando as caronas da vovó e do vovô e continuando a se preparar para este encontro tão especial, que certamente mudará toda a nossa vida, minha e do papai.

Outro dia, enquanto você se esticava dentro da barriga, pensei comigo mesma "como pode, uma pessoa totalmente estranha, ser tão aguardada por nós dois"... Mas posso te dizer que, embora não saiba nada sobre ser mãe e tenha muitas inseguranças, acredito que este é o momento perfeito para você vir morar com a gente.

E vai ter muito amor, carinho, beijinhos, risadinhas e aquela torneira que o papai vive falando que vai montar pra vocês brincarem com água na sacada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Técnicas avançadas de educação infantil (humor)


Piadinha sobre crianças travessas... ótima!!!

Um casal tinha dois filhos que eram verdadeiros ‘capetas’.

Os pais sabiam que se houvesse alguma travessura onde moravam, eles com certeza estariam envolvidos. A mãe dos garotos ficou sabendo que o novo padre da cidade tivera bastante sucesso em disciplinar crianças, então pediu a ele que falasse com seus meninos. O padre concordou, mas pediu para vê-los separadamente.

A mãe mandou o filho mais novo. O padre, um homem alto com uma voz de trovão, sentou em frente ao garoto e perguntou-lhe austeramente:

- Onde está Deus?

O garoto abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som. Ficou sentado, com a boca aberta e os olhos arregalados. Então, o padre repetiu a pergunta, num tom ainda mais severo. O garoto não conseguia emitir qualquer resposta.

O padre levantou ainda mais a voz e com o dedo no rosto do garoto berrou:

- ONDE ESTÁ DEUS !!!??????

O garoto saiu correndo da igreja, direto pra casa e trancou-se no quarto. Quando o irmão mais velho o viu, perguntou:

- O que aconteceu?

O irmão mais novo, ainda tentando recuperar o fôlego, respondeu:

- Cara… desta vez tamo fu_di_do! DEUS sumiu e tão achando que foi a gente !!!

domingo, 14 de setembro de 2008

O Bicho Manjaléu e o Sono


Refletindo sobre grávidas e crianças pequenas que não dormem direito (cada um com seus motivos), me lembrei da história do Bicho Manjaléu.

Essa história é uma lenda amazônica espetacular, pelo menos no meu ponto de vista. Eu adoro lendas. Hoje entendo que dá para ensinar muita coisa para uma criança com este tipo de narrativa fantástica, é mais gostoso e mais fácil do que qualquer lição de moral ou comportamento. Para adultos também (eu vivo citando o livro das Mulheres que Correm com Lobos, este é apenas um dos exemplos).

Quando criança, adorava a semana do folclore, onde aprendíamos uma porção destas lendas. Esta, particularmente, eu li quando tinha uns 9 ou 10 anos, no "Histórias de Tia Nastácia", de Monteiro Lobato. Lembro que na versão antiga do Sítio, na Globo, chegaram até a filmar esta lenda (o que pessoalmente acho bem corajoso, pois não havia na época tantos efeitos especiais para realizar o que acontece nesta lenda). Penso que talvez o Guillermo del Toro (que fez o maravilhoso Labirinto do Fauno) conseguisse fazer algo a altura desta narrativa nos dias de hoje...

A dificuldade (e também a beleza) da história do Manjaléu é que ela não é nada linear. A história tem várias reviravoltas (que nem sempre fazem muito sentido), o que pode revelar que ela foi sendo modificada ou "colada" com outras histórias ao longo dos tempos. O fato é que não deixa de ser empolgante a saga do menino pobre que vira príncipe e se casa com a mais bela princesa de todo o mundo, além de conseguir descobrir o grande segredo do tal Bicho (que não vou contar, pois é uma coisa delicada e fantástica, quem quiser que leia o livro do Lobato ou o link abaixo).

Voltando ao tema do sono, lembrei da história justamente porque ela é super comprida (e porque o terrível Bicho tem também um momento de fraqueza justamente por causa de um cafuné... mas infelizmente isto não aparece em todas as versões da história!). Em várias vezes, tive a oportunidade de testar os seus poderes soporíferos e percebi uma coisa interessante. Se o ouvinte é uma pessoa com boa imaginação e interesse, mesmo com muito sono ele não dorme ouvindo a história, porque ela é realmente empolgante.

Mas só descobri isto depois de algumas experiências, como a ocasião em que tentei fazer adormecer 2 classes de crianças, para quem dei aulas de Artes há muito tempo. Normalmente elas caíam no sono com histórias muito mais simples, do tipo João e Maria. Pois não só eles não dormiram, como também faziam questão de ouvir a mesma (quilométrica) história várias outras vezes (e não podia errar nem omitir nenhum detalhe).... Por isso concluo que realmente o DVD foi a melhor invenção do século passado! Também tive a chance de contar a história em inglês e perceber que a língua não é barreira quando a mensagem é universal (o mais difícil foi traduzir o Bicho Manjaléu... resolvi simplificar e chamar o dito cujo de "Bitchu", apenas!).

Agora chegou a hora de usar estes poderes em proveito próprio... Logo vou contar estas historinhas para a sobrinha, que já começa a entender muita coisa e, daqui a pouco, para o meu garotão!

Segue um link para quem quiser ler a história ... não é a original, mas serve!

www.educacional.com.br/upload/blogSite/4282/4282051/8230/fabula-narracao.doc -

domingo, 7 de setembro de 2008

Comentário de Clarice, sobre o post abaixo...

Não use roupas que a incomodam. Por mais belas que sejam, ao fim de algum tempo, prejudicarão a graça dos gestos, a naturalidade, dando um ar "endomingado" a quem as use.
Quem pode sorrir espontaneamente quando a cinta está tão apertada que quase tira o fôlego?De que adianta estar com um vestido bonito, se você ficar puxando a saia ou endireitando a gola ou acertando o cinto ou alisando as pregas, ou, ou, ou etc. Um dos melhores modos de usar bem um vestido é, depois de vesti-lo, esquecer-se dele.

(de A Verdadeira Elegância, no livro Correio Feminino - Clarice Lispector)

A paz é uma roupa macia e confortável


Um homem veio a um alfaiate para experimentar um terno. Parado diante do espelho, ele percebeu que o colete estava um pouco irregular na parte inferior.

- Ora - disse o alfaiate - Não se preocupe com isso. Basta você puxar a ponta mais curta para baixo com a mão esquerda que ninguém jamais vai perceber nada.

Enquanto o cliente fazia isso, ele notou que a lapela do paletó estava com a ponta enrolada em vez de rente.

- Isso? - perguntou o alfaiate. - Isso não é nada. É só você virar a cabeça um pouquinho e segurar a lapela no lugar com o queixo.

O freguês obedeceu e, quando o fez, observou que a costura de entrepernas estava meio curta e que o gancho lhe parecia um pouco apertado demais.

- Ora, nem pense nisso. Puxe o gancho para baixo com a mão direita, e tudo vai ficar perfeito. - O freguês concordou e comprou o terno.

No dia seguinte, o homem estreou o terno com todas as alterações de queixo e mãos. Enquanto ia mancando pelo parque com o queixo segurando a lapela no lugar, uma das mãos puxando o colete e a outra mão agarrada ao gancho, dois velhos pararam de jogar damas para vê-lo passando com dificuldade.

- Meu Deus! - disse o primeiro velho. - Veja aquele pobre aleijado.

O segundo homem refletiu por um instante antes de sussurrar:

- É, ele é bem aleijado mesmo, mas sabe o que eu queria saber...onde será que ele comprou um terno tão elegante?
. . . . . . . . . . . . . . . .

(História retirada do livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkolas Estés).


Este livro tem lições preciosas, me foi recomendado no fatídico ano de 2005 por uma excelente terapeuta que me ajudou muito a perceber os esforços que eu fazia para ajeitar coisas que não estavam muito certas na minha vida.


Hoje, feriadão em Curitiba (amanhã é dia da padroeira), enquanto curtia um domingão preguiçoso perfeito, sem compromissos, maquiagem... somente paz e descanso, me peguei filosofando ao lado da churrasqueira. Comia uma carne deliciosa feita especialmente minutos antes, os pratos sobre a mesinha da sacada, o pãozinho repartido com as mãos mesmo...


Ah, como é bom a gente se conhecer melhor e poder perceber que, em algum momento da vida, estávamos preocupados demais com algo externo, tipo aceitação dos outros ou convenção social, que reprimia a nossa própria natureza?


Como li outro dia em um blog que coincidentemente também trazia este mesmo texto: "todos nós fazemos alguns ajustes para viver em sociedade, mas podemos prestar mais atenção se não estamos ficando aleijados...no coração e na alma."

domingo, 31 de agosto de 2008

O seu chá de fraldas


Oi filho,

Daqui a algum tempo, vou te contar pessoalmente como foi a sua primeira festinha, antes mesmo de você nascer. Tem várias fotos legais, algumas pessoas escreveram conselhos importantes, que certamente você vai curtir ler. Vou guardar tudo num álbum pra você.

Você estava presente sim, mas dentro da minha barriga, bem quentinho. Sorte sua, fez um frio de lascar, tipicamente curitibano. No Weather Channel, dizia que a sensação térmica era de 7 graus!!! Fiquei com pena da sua vovó, que se empenhou tanto em alugar brinquedos e comprar cadeiras novas para o jardim. Bom, pelo menos sua priminha e algumas crianças que chegaram mais cedo aproveitaram bastante.

Vieram várias pessoas, gente muito querida e legal. Até sua titia veio de muito longe, veja só!

Tinha muita comida gostosa, a vovó comprou muitos docinhos e salgadinhos. Sua outra vovó fez a receita famosa de pé de moleque (que todo mundo adora), a Bá fez o empadão delicioso de palmito, tortas de suspiro e o maravilhoso pavê-bombom de morango (que não sobrou nadinha). Você ganhou uma fonte deliciosa de chocolates da tia M., as crianças adoraram, foi muito divertido!!! O vovô também ajudou bastante a arrumar tudo e trouxe as bebidas. Agora quem trabalhou muito neste dia foi o seu papai, mas ele mesmo disse que você merecia e estava também muito feliz.

Nós fizemos esta festa para comemorar a sua chegada. Porque nós acreditamos que tudo de lindo que acontece na vida deve ser muito celebrado. Convidamos bem poucas pessoas, principalmente aquelas que estão curtindo bastante conosco este momento, porque queríamos retribuir o carinho. A barriga não foi o centro das atenções, mas a tua presença foi muito forte o tempo todo, nas fotos, nos enfeites e no barulho das crianças por toda a casa.

Por isso, também, não tivemos brincadeiras de adivinhação de presentes, decidimos que queríamos todo mundo participando conosco, homens, mulheres, crianças... Mas você ganhou um monte de fraldas (o que certamente vai ser super útil) e alguns presentinhos bem fofos e carinhosos.

Hoje, mamãe está morta de cansada... Dói tudo! Ainda bem que é domingo!
Mas na hora não senti cansaço nenhum, só alegria de estar vivendo aquele momento tão legal. E acho que você curtiu também... afinal, ganhou muito carinho e vários beijinhos (na barriga) das meninas que vieram pra sua festinha, seu danado!!!

sábado, 23 de agosto de 2008

As 24 "melhores" cantadas de pedreiro

Deve ser o oitavo mês e todos seus efeitos colaterais... um deles é a preguiça de escrever, acho que o lado esquerdo do cérebro está mergulhado em líquido amniótico!!!


Mas não podia deixar de compartilhar este TOP 24 (número cabalístico?), que recebi ontem por email... Toscas, mas absolutamente necessárias ... que atire a primeira pedra quem não se sentiu o último BiS da bandejinha ao ouvir uma pérola destas...


E confesso que achei até fofas, algumas delas, como a 23... mas a campeã é a 22!!!


Oh, l´amour...


01. Você é o ovo que faltava na minha marmita.

02. Eu beberia o mar se você fosse o sal.

03. Não sabia que flor nascia no asfalto.

04. Tô fazendo uma campanha de doação de órgãos! Quer o meu?

05. Nossa, você é tão linda que não caga, lança bombom!

06. Ohhh… essa muié e mais um saco de bolacha, eu passo um mês…

07. Você é sempre assim, ou tá fantasiada de gostosa?

08. Você é a areia do meu cimento.

09. Ahhh se eu pudesse e meu dinheiro desse!

10. Suspende as fritas…. o filé já chegou!

11. Você não usa calcinha, você usa porta-jóia.

12. Aê cremosa… Vou te passar no pão e te comer todinha!!

13. O que que esse bombonzinho está fazendo fora da caixa??

14. Você não é pescoço mais mexeu com a minha cabeça!

15. Sexo mata!!! Quer morrer feliz?

16. Vamos pra minha casa fazer as coisas que eu ja falei pra todo mundo que a gente faz?

17. Você é a lua de um luau…. Quando te vejo só digo - uau uau!

18. Nossa, quanta carne…. e eu lá em casa comendo ovo!

19. Essa sua blusa ficaria ótima toda amassada no chão do meu quarto amanhã de manhã!

20. Se você fosse um sanduíche teu nome ia ser X-Princesa

21. Eu sei q não sou o Banco Itaú… mas eu fui feito pra você…
22. Você tem goiabada dentro da sua barriga? Porque você é um sonho...
23. Seus olhos são bonitos, mais eu prefiro os meus, por que sem os meus não posso ver os seus. (fofo, né?)
24. Seu nome é mentira? Porque você é muito linda pra ser verdade!

domingo, 10 de agosto de 2008

Como Abraçar Corretamente um Bebê

A-DO-REI!!!
Quem diz que a Internet não tem nada de útil está perdendo muita coisa interessante...
E obviamente me lembrei do falecido Bóris (Bó), o melhor amigo que já tivemos eu e minhas irmãs. Mais do que um cachorro, um grande camarada, apreciador de torradas e pães - que acabariam por ser o seu fim - com alta sensibilidade musical (tanto que me acompanhava nos intermináveis dedilhados ao piano e levantava a cabeça a cada nota dissonante...).

Aliás, o segundo passo me parece o mais elementar... é claro que um bebê precisa ser devidamente "amassado" antes de um abraço!
Beijos!

Os 4 passos para abraçar corretamente um Bebê

1. Confira se o bebê está de bom humor...






2. Amasse o bebê antes de começar o processo do abraço.





3. Simplesmente deslize sua pata em volta do bebê e prepare-se para a foto.

4. Execute a difícil tarefa de abraçar e sorrir.



















domingo, 3 de agosto de 2008

Why so serious?



Esta semana fomos assistir o novo filme do Batman (Cavaleiro das Trevas). Filmão!

Já fui com a expectativa alta, devido a vários comentários bem positivos de amigos e parentes. Mas acho que ninguém está totalmente preparado para o novo Coringa, vivido pelo Heath Ledger, até que o assiste bem de perto.

Gente, tenho que confessar que me impressionei muito. Se antes achava que essas historinhas de que o cara se matou por causa do personagem eram parte da campanha de marketing do filme, hoje tenho algumas dúvidas. Pra quem assistiu o cara nos filmes anteriores, como a comédia adolescente "10 coisas que odeio em vc", "o Patriota" e mesmo o drama "Brokeback Mountain"... nada parecia anunciar o que ele faria neste filme. O cara rouba totalmente a cena, é uma força da natureza atuando, praticamente um tsunami cênico. Das duas uma, ou ele entrou muito fundo no papel - e não conseguiu sair nunca mais - ou a história do suicídio tem algum fundamento.

Aliás, o título deste post é a frase mais famosa do filme, que o Coringa usa antes de contar uma das suas versões sobre as suas cicatrizes que rasgam a boca dos dois lados. Jack Nicholson foi totalmente ofuscado por esta nova versão!!!

A parte da atuação do Heath, o roteiro também é muito bom, com vários momentos interessantes de reflexão. Tem uma conversa do Batman com o Comissário Gordon, no final, onde eles filosofam sobre a necessidade que temos do herói em nossa sociedade. E o herói deve ser alguém quase imaculado, razão pela qual deve existir também a figura do anti-herói, que é aquele que vai fazer o "serviço sujo", indispensável para a manutenção da aura do herói. Batman se coloca como o anti-herói, alguém que nem sempre está a favor da lei, mas que tem sua função dentro de um sistema. Ecos do 11 de setembro em uma sociedade aterrorizada?

Ah, na próxima encarnação quero ser o Morgan Freeman! O cara mais cool do mundo! Toda vez que ele aparece num filme (mesmo numa ponta, como é nesta série), o cara muda toda a atmosfera. E parece que vai ser a última participação dele nos Batmans, pois o personagem pediu demissão da Wayne Enterprises... Pena. Adoro como ele destrói qualquer argumentação agressiva com um olhar fixo e aquela risadinha sarcástica...


sábado, 26 de julho de 2008

Orkut: To be or not to be (at)?




Esta semana, minha irmã decidiu sair do Orkut.


Os motivos dela não vou comentar, mas vou refletir sobre a real importância deste fenômeno terceiro-mundista das redes sociais. Sim, porque nos países desenvolvidos, o povo usa Facebook, Myspace e outros. Nada de Orkut, pois neste dominam os brazucas, com seu incompreensível idioma. Os indianos, ao menos, tentam escrever em inglês.


Aí resolvi refletir sobre a real importância de se estar no Orkut.


Há uns dois anos atrás, quando a febre estava no auge, parecia uma coisa meio alienígena não estar lá. Confesso que aderi meio tardiamente, mais pela curiosidade pelos convites recebidos de amigos do que por vontade própria.


No começo, um mundo novo de contatos perdidos ao longo dos anos parece se abrir, subitamente. Depois, são as comunidades... uma forma aparentemente despretensiosa de se auto-definir, deixando claras ao mundo suas preferências (reais ou voltadas para a exibição a terceiros).


No auge do meu entusiasmo, cheguei até a montar uma comunidade, hoje meio desprestigiada, até porque é mais interessante conversar pessoalmente com os membros, que se reúnem todas as semanas.


A mesma razão que explica o sucesso dos reality shows parece explicar também o Orkut. Ficar "fuçando" páginas e comunidades alheias virou esporte nacional. E nem mesmo o "bina" que revela os últimos visitantes diminuiu este apetite, já que é possível optar por desligá-lo ou - requinte dos orkuteiros mais perversos - assumir uma identidade falsa para vigiar o objeto de sua fixação digital, deixando nele(a) uma certa curiosidade sobre quem seria este indivíduo tão obstinado.


Não sei se é mais uma evidência que estou ficando velha, mas confesso que estou também ficando meio cansada desta história de Orkut. Sem contar a questão da segurança, que cada dia fica mais crítica. Comecei alterando o nome, depois diminuindo as informações do perfil e restringido o acesso a fotos e recados.


Hoje, resolvi fazer uma limpeza geral nas comunidades. Tinha umas 150, mandei 100 para a lixeira. Chego à conclusão que esta história de adicionar milhões de títulos "engraçadinhos" e supostas confissões de "amo isso" ou "odeio aquilo" são expressões da nossa própria vaidade, um pedantismo para que o mundo nos julgue dessa ou de outra forma. Sem contar aquelas informações íntimas, que deveríamos guardar para nós mesmos.


Enfim, acho que ainda não cheguei a um estágio de "zero futilidade" (que também é um extremo desnecessário), mas creio que deixei a página mais próxima da minha representação pessoal neste momento. E também mais funcional, pois na maioria são comunidades que realmente acesso.


O próximo passo é fazer uma limpeza na lista de amigos. Sem querer ofender ninguém, mas é bem estranho ter pessoas com quem sequer tivemos algum dia uma conversa, no mundo real, nesta lista.


domingo, 20 de julho de 2008

O Quiabo Veste Prada!


Estou rindo até agora... num final de semana que acabou meio interrompido por uma boa carga de trabalho acumulado, já havia perdido as esperanças.

Mas eis que me deparo com este site de uma agência de publicidade capixaba, a MP publicidade. Vida inteligente na internet já é um pouco difícil, a quantidade de gente esquisita ainda impera. Ainda mais na publicidade, onde ultimamente parece ser mais fácil seguir a linha "mais do mesmo' e também apelar para outros recursos, onde o produto acaba ficando meio perdido...

Coloco abaixo alguns bons exemplos do que significa falar de coisas simples (no caso, Hortaliças!) com muita verve e bom humor. Lembra muito aquelas piadinhas inocentes de elefante que contávamos na infância... tipo "Como esconder um elefante na plantação de morangos?" E a resposta (inacreditável) "Pintando suas unhas de vermelho!!!"' (hahahahah!!!!)

Parabéns aos redatores e criadores geniais da MP.



Segue o link, pra quem quiser conhecer o resto da campanha... http://www.mppublicidade.com.br/site/?target=campanha_visualiza&pid=38







segunda-feira, 14 de julho de 2008

O nível primitivo da Ursa e outras Reflexões sobre a Maternidade


Recebi este texto hoje por email da Ale, amiga querida e mãe da Rafinha. Achei lindo, difícil ver sentimentos tão profundos traduzidos de forma tão simples e direta. Então transcrevi aqui para dar chance de todo mundo ler. Beijos.

Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.

'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'

'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.

'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.. .'

Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.

Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê.. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.

Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar talco num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.

Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.

'Você jamais se arrependerá', digo finalmente. Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado de Deus... que é ser Mãe.'

Autor Desconhecido

domingo, 6 de julho de 2008

Coisas de domingo


Domingo ótimo, com almoço delicioso em casa de amigos muito queridos (e prendados... comida marroquina de primeira... hummm). Estavam também uma das minhas irmãs, com o marido e a filhota, cada vez mais sapeca. Na volta, a utilidade de estar grávida e ser motorista da turma, em tempos de Lei Seca!

Chegando em casa, aproveitamos para liberar energia... de um lado eu, arrumando as coisas no quartinho do bebê, que estavam todas empilhadas em malas e sacolas. Do outro, meu marido, que no dia anterior havia se munido de vários apetrechos para finalmente organizar a bagunça de fios e tomadas que havia dominado nossa bancada do escritório. Ficou praticamente wireless, uma beleza!

Pra testar a conexão, agora devidamente organizada em uma área sob a mesa, acessamos o YouTube. Ele virou um fã da turma da Terça Insana e achou um vídeo impagável do ótimo Marcelo Mansfield, no papel do "Seu Merda" - o marido acomodado e conformado, perfeito no papel. Ainda mais acompanhado pela Esposa, interpretada pela "dona" do Terça, a Grace Giannoukas.

Demos boas risadas juntos.... Este personagem não tem nada a ver com o meu companheiro, mas o tipo de humor que ele representa, tem tudo a ver conosco.

Segue o link abaixo, pra que todos possam rir com a gente!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Eu, em versão ampliada (e dupla

Frio em Curitiba.

Acabei não almoçando direito hoje (crime da mala) e fiquei só nos lanchinhos de grávida. Resultado = não aguentei a fome ao sair do trabalho e tive que parar no Subway. Escolhi o sanduba mais light (lógico), combinando com o suco igual. Mas não bastou, a carga pesada do dia de hoje exigia algo mais "hard"... e detonei o resto do ovo de páscoa que estava no armário da cozinha.

Tá certo, um ovo pequeno, que já tinha sido comido mais da metade pelo meu digníssimo marido. Mas depois não reclame dos 3 kg a mais na última medição da obstetra. Ódio!!! Mas quem consegue passar a sopinhas e chazinhos num clima desses?

O negócio é tomar vergonha na cara e arrumar um jeito de gastar mais calorias. Já quase consegui, estava fazendo natação direitinho antes das férias. Mas aí veio uma gripe fulminante, que me deixou de cama e a coisa desanimou. Já fiz uma aula experimental de Ioga, parece ser um bom caminho pra ajudar as dores nas costas. Mas lá no fundo, tenho dúvidas se isto realmente é exercício de verdade... e haja respiração!

Não posso reclamar do incentivo que tenho em casa e também dos amigos / família. Todo mundo dando o maior reforço positivo, que estou ótima, etc, etc, etc... Mas a balança já registrou quase 10 kg desde o início da gravidez, este é o fato já consumado. Somando o ovo de páscoa... bom, melhor deixar pra lá.

Prometi a mim mesma que não vou me estressar com isto mais do que o necessário. Mas reconheço que é difícil. Acho que esta etapa é um exercício de auto-estima, um convite ao desprendimento sobre os nossos valores mais egoístas... para que você finalmente entenda que, ao final de tudo, deixará de ser "a Fulana" e passará a ser "a Mãe do Fulaninho(a)".

Pelo menos isso foi o que me disse, semana passada, uma cliente da empresa em que eu trabalho.

Madonna já disse diferente. Quando estava grávida da Lourdes, afirmou que "a gravidez é a piada de Deus com as mulheres".

Acho que estou no meio das duas posições. Sinceramente, consigo acreditar que dá pra preservar a individualidade, mas consigo entender que possa existir algo como um teste divino sobre nossa capacidade de ser maior do que as nossas medidas (literalmente!).

Moral da História - Viva a Cinta!!! Já escolhi uma para levar na mala da maternidade!

Ou como diria Alanis...

That I will be good... Even if I gain 10 pounds... (ou o dobro disso!)

domingo, 8 de junho de 2008

Coisas que aprendi nas Folhas desta semana




Domingo preguiçoso, decidimos ficar em casa mesmo. Desculpa perfeita para não usar maquiagem, usar aquelas roupas suuuper confortáveis e comer na hora e do jeito que der vontade.


Na TV nunca rola nada de interessante (nem na TV a cabo, já escrevi um post sobre isto há algum tempo). Então, nada melhor do que ler as "Folhas" empilhadas durante a semana. Sim, porque acabo lendo as manchetes e a ótima recém criada seção Corrida, que resume o mais interessante do dia.
E aprendi várias coisas, úteis e inúteis!...
Uma delas veio da folha de sábado, aquele caderninho superfútil (e por isso mesmo delicioso) chamado Vitrine. Fiquei chocada! A Moranguinho, ícone da minha infância, acaba de fazer lipo e chapinha! Parece que ser fofinha não é mais o aspiracional das garotinhas do século XXI...

Já na edição de hoje, veio uma notícia bem interessante. Um dos meus colunistas favoritos, Contardo Calligaris, vai lançar um livro com algumas das melhores colunas. Vou comprar, claro. Sou fã do cara, acho impressionante a facilidade que ele tem de traduzir as coisas, desde as mais complexas até as mais cotidianas.

Um exemplo, veja a diferenciação brilhante que ele faz da auto estima masculina e feminina (esta coluna é da semana passada, mas acho um exemplo perfeito). Eu li isso e pensei "É claro, sempre suspeitei disso..." Mas jamais conseguiria colocar em palavras tão diretas como ele faz.

"(...) para os homens, em geral, é mais fácil lidar com uma negativa. Raramente a recusa os leva a uma dúvida radical sobre eles mesmos. Muito antes de perguntar-se "Será que não sou aquela maravilha toda que minha mãe e minhas tias diziam que eu era (e, se não disseram, deveriam ter dito)?", os homens conseguem inculpar detalhes contingentes ("Hoje, excepcionalmente, o desodorante me largou") e, sobretudo, acusam a própria mulher que os recusou: se ela não quis, é porque é "uma puta". Paradoxal, não é?

Pois é, mas o paradoxo é revelador. Para o homem, como era de esperar, a única que não seja "puta" é a mãe, que, supostamente, gostava e gosta só dele.

As outras, que não se extasiam diante de seus vagidos, são "putas" porque podem lhe preferir terceiros quaisquer. Por sorte (de todos nós), essa "segurança" narcisista do homem tem uma pequena falha: a própria mãe, por mais que se extasiasse com ele, fechava-se no quarto com o pai, de vez em quando (para o menino, aliás, não é um bom negócio que a mãe se esqueça de ser mulher).

Seja como for, o narcisismo masculino não se deixa abalar por uma recusa. A convicção de ter sido objeto exclusivo e insubstituível do amor materno é um recurso (quase) seguro: "Pouco importa que as outras não gostem de mim, pois a única que importa gostava e gosta".

Para a maioria das mulheres, acontece o contrário. Uma recusa e uma negativa valem como uma espécie de confirmação do que era suspeitado por elas desde sempre: "Não agrado e nunca fui verdadeiramente amada".
Lógico. Pra quem já viu um jogo de futebol, em que os caras se xingam e trocam pontapés, pra depois rachar o bico juntos comentando os melhores momentos, dá pra sacar que homens e mulheres tem constroem sua auto-imagem sobre referenciais muito distintos... sim, temos várias coisas para aprender com eles também.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sonhos viram realidade, quando queremos de verdade


De vez em quando, é bom parar e olhar um pouco pra trás.

Impressionante como a vida muda em pouco tempo. E como é importante encontrar, dentro de nós, o que realmente faz sentido.
Sem querer plagiar Paulo Coelho sobre teorias conspiratórias do Universo, ou fazer releitura de "O Segredo". Mas acontece, é a pura verdade.

Lembro de ter escrito, no final de 2004, um pequeno resumo de algumas metas pessoais que gostaria de atingir. Basicamente, mudar tudo o que me incomodava (e era muita coisa). Desde o meu corpo, minha situação profissional, meu carro, ter um apartamento meu pra morar, fazer aquele mestrado que vinha adiando há muito... e, finalmente, o meu sonho de conhecer alguém para fazer uma família só minha.

Para tudo isso acontecer, eu precisei entender uma coisa básica - a tal Lei do Vazio. Recebi um email do meu pai esta semana, que me lembrou como isso é importante. Em resumo, significa que para trazer as coisas que precisamos para nossas vidas, é preciso que haja espaço para elas.

Não dá para comprar mais roupa, se o armário está abarrotado, é preciso fazer uma limpeza e doar o que não se usa mais. Da mesma forma, um relacionamento desgastado precisa ser literalmente "exorcizado", antes que aquele alguém, que irá fazer todo o sentido, apareça.

O ano de 2005 foi praticamente todo consumido com a implementação do plano - e também a limpeza da alma, sem a qual certamente não teria a maturidade e a auto-estima certas para encontrar as peças que faltavam.

Esta semana, fiz um ano de casamento com a pessoa mais certa que poderia encontrar.
Comemoramos da forma mais íntima e singela, em nossa casa, em nosso sofá. Ganhei flores perfeitas e um cartão ainda melhor (pois flores são lindas, mas perdem parte do encanto sem a intenção que as acompanha, devidamente escrita).

E a comemoração aconteceu a três... por assim dizer!
Pois a última peça que faltava do meu plano de 2005 está a caminho - e vai chegar em outubro, completando minha felicidade.

domingo, 25 de maio de 2008

Vale a pena ser Mothern?



Não sei se é o estágio da gravidez, mas percebo que ando meio preguiçosa pra escrever (e tendo ataques de sono "Garfieldianos", se é que vc me entende...). Mas não deixo de ler as coisas interessantes que outras pessoas mais inspiradas andam e andaram escrevendo, pois a curiosidade aumenta, à medida em que a barriga cresce.





Por isso, reproduzo o ótimo texto das meninas do Mothern.blogspot.com (o mais conhecido dos sites brasileiros sobre a dor e delícia de ser mãe). Enjoy!






É difícil, sim. Cansa, sim. Dá trabalho, sim. Mas existem centenas de motivos para, ainda assim, valer a pena ser mothern. Aí vão alguns deles:


. para ser a pessoa mais importante na vida de uma criança;


. para ver seu corpo mudar de forma e gerar outra pessoa;


. para ficar horas na seção infantil da C&A;


. para ficar horas e horas na seção infantil da Zara;


. para deixar de ser criança;


. para descobrir que a sua capacidade de amar é muito maior do que você imagina;


. para entender melhor a sua mãe;


. para ouvir alguém te chamar de mãe;


. para ver de perto uma criança crescendo;


. para ficar mais generosa;


. para ter um motivo pra escorregar no toboágua;


. para o seu casamento passar por uma prova de fogo;


. para mudar de prioridades;


. para comprar o enxoval;


. para escolher o nome;


. para ver alguém bem parecido com você;


. para descobrir seus dotes de cantora, atriz e fotógrafa;


. para alterar completamente seu relógio biológico;


. para não passar o domingo vendo televisão;


. para pagar menos no seguro do carro;


. para parar de se preocupar com a arrumação da casa;


. para ver seu peito dar leite;


. para viver a experiência de quem pôs silicone, sem passar pelo bisturi;


. para encher a casa;


. para parar de encher a cara;


. para catar piolho;


. para ir ao zoológico;


. para aprender o que é molusco e exantema súbito;


. para entender de futebol;


. para voltar a brincar de boneca;


. para se interessar por pedagogia;


. para fazer novos amigos;


. para entender melhor este blog;


. para conhecer a pessoa mais linda que você já viu no mundo;


. para aumentar o número de pessoas fofas no mundo.


(Ju e Laura.)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ser mãe de menino


Li este texto na revista CRESCER, antes de saber que estava esperando um garotão. A autora é Renata Raganin, administradora. Eu gostei. Por isso estou transcrevendo para compartilhar. (Beijos especiais para Alê Cabral e Caio - Kathy Silva e Gui + Arthur - Fernandinha Guenta e seu baby... depois vcs me escrevem e dizem se concordam, meninas!)



Ser mãe de menino

Venho de uma família de mulheres. O único homem da casa era meu pai. Conseqüentemente, meu universo sempre foi de bonecas, calcinhas, um mundo cor-de-rosa. Na medida em que o tempo passou, o assunto foi mudando para cabeleireiro, cor das unhas, maquiagem. Nossos assuntos giravam em torno de tons de cabelo, brincos e bolsas. No estojo, lápis e canetas tinham cores "femininas".

Então um dia fiquei grávida. Imaginava as quinquilharias que colocaria na guriazinha que estava do tamanho de um grão de arroz.

Com três meses de gestação, meu grão de arroz já tinha jeito de gente e resolveu abrir as pernas e mostrar um pintinho. Levei um choque. Um menino? Como a gente cria menino? Eu não sei fazer isso, e agora?

Meu menininho nasceu com o nome de Guilherme, que significa protetor. Indica um homem que se orgulha da sua força (física, mental ou moral) e se vale dela para auxiliar a pessoas de quem gosta. Queria que meu filho tivesse um nome forte, que quando pronunciado significasse algo de bom.

Então meu gurizinho cresceu mais um pouquinho e hoje meu mundo transformou-se em Bob Esponja, Super-Homem, Batman, Homem-Aranha e muitos carrinhos espalhados pela casa, que aliás têm de ser da Hot Wheels, senão "queba" ou "estaga". Um ser de 3 anos me dando dicas de controle de qualidade...

De vez em quando passa aquela miniatura de ser humano pela sala, de macacão e com um boné virado para trás, segurando o cachorro pela traseira e o coitado de cabeça para baixo tentando espernear.

Chuta tudo o que é redondo, inclusive bolas da árvore de Natal e as bolinhas de vime que eu tinha em cima da mesa da sala.

Esses dias ele me disse:
- Mamãe, já sou um homem "gande", quero fazer xixi de pé, "igal" meu pai.

Ali percebi que tudo passa muito rápido. Ele vai me pedir a chave do carro daqui a alguns dias e eu ainda vou estar tentando entender o universo masculino.

O meu gurizinho me apresenta uma nova vida e é a prova de que, independentemente do sexo do bebê, filho é a coisa mais maravilhosa que existe. Um pedacinho nosso com o pedacinho de alguém que amamos, que se transforma em outra pessoa linda, cheia de sentimentos, coisas para aprender e muito para ensinar. Ser mãe de menino me fez perceber o mundo por um ângulo diferente. Hoje esse detalhe equilibra o meu olhar do ponto de vista masculino e me faz pensar em ter outro filho, para aprender ainda mais a receita da felicidade.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O grito que estava entalado na garganta alviverde!


Ê ôooo!!!


Meu filhote vai nascer no ano em que o Coxa voltou pra primeirona e foi campeão na baixada!!!
(Aliás, duplamente campeão... o PARMERA também venceu!!!)
Já mandei pintar o quartinho de verde e branco!!!


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Isabella Nardoni by San Eks

E a melhor cobertura (comentada!) do caso Isabella continua ser a da San Eks, que tem o blog mais divertido da Internet.

http://meowsandraeks.blogspot.com/search/label/isabella

Algumas das minhas pérolas preferidas da San sobre este caso... (Bem, duvido que não tenham passado pela mente de vários de nós! Só que só ela sabe traduzir tão bem...)

"O que será que os Jatobá vão ter de sobremesa nesse almoço? Pudim de leite? Gelatina fantasia? Sorvete? Frutas da estação?"

"Então a mãe da menina assassinada contou pra puliça que o pai-com-cara-de-maluco é mesmo maluco, é pitbull: fica puto, sai na porrada, volta armado e diz que vai mandar bala no povo. Tá.E a menina voltava da casa do pai com escoriações e hematomas. E o pai levantou o outro filho e largou no chão como quem dropa uma bola de golfe. Tá.E a madrasta é louca e tem ciúmes (duplamente louca, portanto).E ninguém nunca denunciou nada e a mãe continuava mandando a guria pra casa dos malucos, de boa.

Conclusão que eu, na minha acidez virulenta, tiro da situação: mãe solteira sabe que o pai da filha é maluco e a mulher dele é louca mas manda a filha ficar com os caras e ao saber da tragédia chora menos do que eu quando atropelaram meu gato."

What´s in a name?


Clique na imagem acima (se não funcionar use o link abaixo)...


Estava procurando um site para ajudar na impossível missão de definir o nome do bebê e encontrei este... Não ajudou muito, pois 2 das 3 opções deram exatamente o mesmo número!!!
O meu bateu bastante (interessante observar a mudança após assumir um novo nome de casada!).

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ginástica para a Alma


Quanto mais observo o ser humano, mais me dou conta de como as personalidades são algo muito, muito complexo.


Por isso mesmo, sempre irá haver lugar no mundo para bons profissionais "psi", embora nem todo mundo entenda o papel destas pessoas. É interessante que muita gente ache mais lógico gastar com personal trainer e fazer ginástica somente para o corpo, deixando a "ginástica da alma" de lado. Eu, pessoalmente, acredito no poder transformador de uma boa terapia, conduzida por um profissional que realmente tenha a abordagem voltada para a ajuda do outro.


Chego a esta conclusão, simplesmente porque acho que existem questões que nunca conseguiremos resolver sozinhos. Separações, mudanças, questões ligadas à auto-estima, realização pessoal e profissional. Todo mundo tem uma teoria pronta, existem milhões de livros de auto-ajuda. Mas é através das perguntas certas é que chegaremos, nós mesmos, às respostas que nos servem. Daí a necessidade de alguém que faça estas perguntas, pois geralmente nós fugimos deste tipo de papel naturalmente, pois é difícil olhar no espelho e encarar a própria imagem - a verdadeira, claro.


Voltando à analogia com a questão do exercício físico. Existem problemas que geram recalques profundo - da mesma forma que um exercício físico mal feito (ou o sedentarismo) podem gerar atrofias, lesões e outras complicações. Mas que no caso da psique, podem paralisar ou dificultar nosso relacionamento - de uma forma que nem sempre percebemos.


As reações que se desenvolvem sem muita explicação no momento de um atrito grande entre personalidades podem ter sua raiz numa destas "lesões" mal-resolvidas. Mesmo assim, o contato (ou choque) entre duas personalidades irá, como dizia Jung, atuar como numa reação química - se existe reação, ambos sairão transformados.


E ainda tem muita gente que prefere tomar um remédio, tanto para curar as dores nas articulações, como para afastar a tristeza - que, bem trabalhada, poderia ser a porta de entrada para o entendimento de si mesmo, de um amadurecimento ou de um aumento do condicionamento emocional - da mesma forma que um bom treino faz pela parte física.


Lembro-me de que certa vez fiz uma caminhada de 5 dias nos Andes, com altitudes entre 3500 a 5000 metros. Foram alguns meses de preparação, para que o desafio fosse vencido sem grandes problemas - e mesmo assim, houveram alguns momentos em que a altitude trouxe alguma desorientação e fortes dores de cabeça. Por isso, preciso voltar a fazer minha ginástica para a alma e me preparar para este novo momento em minha vida, afinal a responsabilidade é ainda maior neste caso.

domingo, 13 de abril de 2008

O que está acontecendo???


Esta foi uma semana em que me peguei pensando bastante sobre as razões que levam coisas, pessoas e situações a mudarem mais ou menos radicalmente.


Desde minha própria condição pessoal, que é o ponto de vista mais imediato que tenho (claro), até pessoas próximas que decidiram mudar seus rumos. Também o quanto podemos aguentar a pressão e controlar nossos impulsos versus a pressão do ambiente.


Óbvio que tudo começa pelo meu próprio umbigo - literalmente. Ataques de sono repentinos durante todo o dia, um resfriado permanente e incontáveis revoluções gástricas por minuto. Além da própria barriga, que agora deu definitivamente o ar da graça (porque quem não sabia do motivo, deveria estar achando que me entreguei aos prazeres da gula...). E o "tal" motivo é nobre, mas é impossível não sentir-me perplexa. Sim, claro, trata-se de um chamado da natureza para a mudança de perspectiva sobre o próprio ritmo, pois afinal existe um "corpo estranho" sendo gestado em minhas entranhas e, por isso mesmo, a energia e a própria resistência têm que sofrer adaptações. Na teoria, parece fácil e sublime.


Mas fiquei pensando também sobre pessoas tomam decisões difíceis. Por exemplo, estar num emprego ou numa relação comercial que não parecem mais fazer sentido, como o caso de 2 conhecidos. Uma colega, das mais queridas, que decidiu deixar a organização para se encontrar novamente em outra empresa. Um cliente, que chegou a um "momento de verdade" sobre a validade de sua história e do grande investimento financeiro e pessoal feitos até hoje para tornar-se o que é.


São situações bem diferentes na natureza das decisões, mas similares na essência, em que o sujeito passa a ser o "corpo estranho" e, diferentemente do bebê em gestação, não encontra um ambiente que o libera da pressão ou resistência. A gestação é do próprio indivíduo em si mesmo, que busca sua libertação através de um caminho diferente, ainda que incerto.


Eu teria interesses egoístas e pessoais, nas duas situações, para que as pessoas em questão mantenham seus atuais vínculos. Mas prefiro crer que o que sentem é legítimo e, por isso mesmo, torço para que atinjam seus objetivos de mudança.


Por muitas vezes, tentei antecipar como seria minha vida neste momento de formação de uma nova família. Nada chegou perto da realidade, que acabou sendo muito melhor do que qualquer expectativa. Mas a gestação tem me levado a sentir que ainda não acabou. Vem mais mudança por aí. Ela é um processo exógeno (de dentro pra fora) e que vem silenciosamente se instalando nos últimos 3 ou 4 anos. Mas é nos últimos 4 meses que tenho me sentido perplexa com uma certa frequência, o que não acontecia muito anteriormente. E dá um pouco de medo, confesso.


E aí busco consolo em Kahlil Gibran... "A perplexidade é a gênese do conhecimento" (sobre si próprio, principalmente!)