terça-feira, 14 de outubro de 2008

Contatos imediatos de primeiro grau


E passou-se a primeira semana deste novo estado (de espírito, de vida), que é ser mãe de alguém.

Comentei com dois grandes amigos que a sensação é a de ter sido abduzida. Como se tivesse sido subitamente arrancada de uma vida e inserida em outra, onde o ritmo é completamente diverso. A complexidade não é maior, nem menor, mas o desafio emocional é muito intenso. Ainda mais para a mãe de primeira viagem, como no texto enviado por minha grande amiga Ale (transcrito no final do post).

A impressão é que esta viagem não tem mais volta e que a vida anterior ficou totalmente para trás. Será?

Bom, como diria Caetano: pode ser que sim, pode ser que não...

De uma coisa já tenho certeza - não se volta o mesmo desta viagem. Imprescindível ter o companheiro certo para esta jornada, um pai carinhoso e apoiador, que entenda a importância do seu papel para o equilíbrio desta nova família, já que a mãe está mais fragilizada neste início. 

Também é frágil o novo relacionamento que se inicia com o bebê. Neste início de segunda semana já consigo perceber o quanto sua energia é afetada por interferências externas e como temos responsabilidade em protegê-lo.

Por fim, a certeza absoluta de que tudo vale muito a pena. Esta primeira semana também trouxe muitos momentos inesquecíveis, dos quais o mais marcante foi o primeiro encontro com meu filhinho. O bebê esgoelava, ao sair da barriga e, ao nosso primeiro toque com as mãos, parou de chorar imediatamente. Até a querida obstetra ficou admirada. Coisas fantásticas que nos revelam o quanto nossa vã filosofia deixa de alcançar sobre as maravilhas da Vida.

Transcrição do Texto enviado pela Ale

Mamãe de primeira viagem não traz muita coisa na bagagem.
Ela traz uma mistura de alegria e incertezas. E agora? Ela não sabe se vai saber ser mãe, não sabe que ser mãe não se aprende assim, que é um aprendizado diário e constante.

Ela traz um coração batendo mais forte, com ansiedades e um mundo de perguntas. Ela quer o melhor para sua continuidade, quer trabalhar duro e dizer com muito orgulho para o mundo todo que encontrou um objetivo para viver a vida.

Ah!... A mamãe de primeira viagem traz o sorriso nas orelhas e lágrimas nos olhos, mesmo se a ensinaram que não se deve chorar. Mas ela chora... ao primeiro contato, à primeira visão, na procura dos seus traços, suas marcas que continuarão sua caminhada na terra.

A mamãe de primeira viagem é uma mulher feliz. E mesmo se as inseguranças do mundo se fazem presentes, ela se prepara, como uma guerreira, para defender e oferecer o melhor dela mesma para o maior presente que ela mesmo recebeu da vida: um filho! 

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