domingo, 9 de dezembro de 2007

Reflexões em Coral Gables

Hoje descobri que não importa...

... estar em uma cidade de primeiro mundo (embora no limite do terceiro);
... hospedada num super 5 estrelas chiquérrimo, cama de pena de ganso, 6 travesseiros foférrimos, etc, etc, etc...
... visitar um shopping chique e ter a possibilidade de experimentar os Zegnas, Armanis, Burberrys e Carolinas Herreras da vida;
... almoçar num bistrô elegante, com gente idem... mas um pão muito esquisito como entrada. A fome faz milagres...
... voltar caminhando despreocupadamente num domingo de sol à tarde, tomando sorvete, enquanto os carros buzinam (será que é tão estranho assim uma mulher passear sozinha na rua em Miami?)

O que realmente importa é com quem estamos. Trocaria facilmente o dia inteiro de hoje por um final de noite na cozinha de casa, comendo o melhor omelete do mundo. E depois, ficar juntinho no sofá da sala.

Acho que estou ficando velha. Ou finalmente entendendo o que realmente importa na vida.

PS - acabo de decidir mais um indicador para a qualidade de vida e de gente dos lugares que já visitei. Um que nunca falha são os PÃES (por isso a França e a Itália são lugares fantásticos). Outro que verifiquei hoje, é o costume de caminhar. Lugares onde as pessoas não têm o hábito de caminhar, tendem a ser menos interessantes...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Lembretes de Ceci


É preciso não esquecer nada:

nem a torneira aberta

nem o fogo aceso,

nem o sorriso para os infelizes

nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer

de ver a nova borboleta

nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,

o nosso nome,

o som da nossa voz,

o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer

é o dia carregado de atos,

a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser

como se já não fôssemos,

vigiados pelos próprios olhos

severos conosco,

pois o resto não nos pertence.


(Cecília Meireles)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Danuza e o Espírito das Coisas


Acho que a melhor coisa da assinatura da Folha é a coluna da Danuza Leão, que sai no caderno Cotidiano, todos os domingos. Já vi leitores não-paulistanos descartarem o caderno, imaginando que é restrito ao dia-a-dia da maior cidade do país. Pois bem, não sabem o que perdem.


A colunista mais lúcida do Brasil escreve no frescor de seus 72 anos (dado que ela faz questão de tornar irrelevante, mas que só comprova que uma vida bem vivida é o repertório básico de todo grande escritor).


Basicamente, ela tem o dom de relativizar as neuroses femininas e valorizar as conquistas mais íntimas. Como nesta última coluna, onde ela discorreu de forma simples (e brilhante) sobre a importância do auto-conhecimento.


A lição parece fácil - conhecer os próprios limites, ser coerente com os desejos da alma, não sofrer pelas escolhas feitas. Pena que queremos sempre mais... como na canção do Ira! - e acabamos nos abrindo à frustrações por querer agradar aos outros ou provar algo que ainda não temos certeza sobre nós.


Acho que finalmente estou aprendendo. Outro dia escrevi um post justamente por estar em estado de choque por admitir, em voz alta e para outra pessoa, algo que dentro de mim fazia profundo sentido (mas não ousava verbalizar jamais, por temer ferir expectativas alheias...). Complexo, absurdo... mas difícil de romper. Anos de condicionamento acabam por nos tornar presas da Matrix por nós mesmos criada.


Espero chegar aos 72 com pelo menos metade da noção que a Danuza tem das coisas - e do espírito delas.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Conspiração Aquariana





Depois de quase 15 dias de silêncio, estou de volta. Com saudades...



Bem que o horóscopo da Folha avisou. Devia ter lido logo de manhã... afinal de que serve receber o jornal cedinho para ler antes de dormir?



Tá lá - "os aquarianos hoje estão sob alguma tensão - as emoções, fora de lógica, dominam o cenário astral (...) Não é o melhor dia para lidar com trabalho ou começar um negócio novo."



Bom, ir trabalhar não é exatamente uma escolha... então "lidar com trabalho" acaba independendo de qualquer avaliação externa. Mas a tensão foi realmente insuportável, uma angústia contínua o dia todo. Tá certo que deve ter TPM e refeições corridas na equação, mas agora fica claro que fui vítima, também, de uma conspiração dos astros!



De que outro modo explicar a pressa frente ao relato de uma amiga apaixonada e a rabugice frente a mensagens de otimismo dos colegas de empresa? Mas o pior foi uma gafe sobre carreira, cometida justamente com o chefe (uma pessoa "do bem", que provavelmente vai levar na boa, mas não merecia).



Resolvi fechar o dia na academia, para compensar os excessos do final de semana. Mais um erro: achei o nome curioso e resolvi fazer a tal aula de "Power Ball". Que basicamente consiste em usar a força do abdome e dos músculos das costas para tentar equilibrar-se em posturas circenses sobre uma enorme bola de borracha. Obviamente que desconheço se possuo tais grupos musculares, pois aparentemente não reconheço nenhuma força nestas regiões... o resultado foi uma total falta de equilíbrio e uma absoluta consciência de que havia escolhido o final errado para um dia idem.



Bom, aí resolvi descontar no transport. Aí, ocorreu o único momento de iluminação do dia... um artigo excelente do Max Gehringer, na Época desta semana, me fez entender parte da tal Conspiração Aquariana. Acho que estou passando por algum tipo de crise de meia idade (não acredito que escrevi isso), do tipo que todo mundo passa ao atingir determinado patamar profissionalmente.



O Max alerta para os riscos dessa crise, tipo jogar tudo pro alto para depois sofrer com o arrependimento. Me chamou a atenção. Acho que, por preguiça, perdemos a chance de ampliar as possibilidades da vida e acabamos concentrando a energia apenas no que consideramos imprescindível para pagar as contas.



Aí me lembrei que voltar pra academia era o meu plano para outubro, estou feliz de tê-lo cumprido. Agora, tenho que traçar as metas para novembro, que já está chegando. Antes do Natal, há tempo para mudar muita coisa neste cenário.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Flores para Paulo


Hoje morreu Paulo Autran, que pena.


Mandei um scrap para minha irmã, ela deve estar triste como eu. Paulo morou um tempo em Curitiba, onde trabalhou com um núcleo de atores locais e definitivamente elevou nossa cena teatral local em vários degraus.


Não me lembro exatamente quando e com qual peça (talvez algo de Ionesco ou algum escandinavo), mas fomos eu e minha irmã numa certa vez assistir o Paulo no aconchegante Guairinha.


E sentamos bem na frente, no gargarejo. Era um tempo mais lírico, quando íamos ao teatro no final da tarde, andávamos de ônibus sem pânico e comprávamos flores na banca Rubiana da rua XV, simplesmente pelo prazer de carregar um buquê.


Naquele dia, tinha comprado um vaso lindo de camélias (ou seriam crisântemos?) para minha irmã, antes de ir ao teatro. O vaso permaneceu sob o colo dela durante toda a peça.


E chamou a atenção do Paulo. Que olhou algumas vezes para as flores, depois para nós. Percebemos que sorria, não sabemos se por achar a cena das irmãs com o vaso no teatro pitoresca, ou ainda por pensar que as flores seriam um presente para ele próprio. Sorriu também, diretamente para nós, no momento dos aplausos finais. Ficamos ainda mais fãs do Paulo.


Assisti uma peça dele há coisa de um ano, mais ou menos. Deu pra notar o peso dos anos e, provavelmente, os primeiros sinais de fraqueza. A voz de contador de histórias continuava marcante, a mesma que adoro escutar dizendo "e vamos ao teatro" no rádio.


Nesse mundo cheio de Pedros Biais pretensiosos a enunciar obviedades e traduzir poesia de powerpoint, vai fazer muita falta o Autran, contando crônicas do Eça ou dando vida a personagens de Moliére.


"Na minha cabeça, não sou nada de melhor que os outros", dizia. Pra quem o viu de pertinho, olho no olho, dá para afiançar que certamente não tinha falsa modéstia.


Fica com Deus, Paulo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O casamento de Carrie e Mr Big


Depois de muito vai e volta e negociações milionárias entre as 4 amigas, parece que finalmente vai acontecer o final feliz da Carrie e do Mister Big... na telona!


Para quem, como eu, está órfã do seriado genial que compreendeu tudo o que se passava na cabeça das solteiras entre os 30 e poucos, é uma notícia fabulosa!


Comprei toda a série em DVD. Acho que a linguagem é ótima, com roteiros sempre provocadores. Lembro-me de finais de semana tediosos, quando sem muita opção em uma cidade onde não conhecia ninguém, fui salva pelo Box da 3a temporada das aventuras de Carrie & Cia.


Muitos dos críticos falam que, apesar do pretenso tom feminista e libertário, a série mostra que o clichê da mocinha romântica continua em voga. Pois afinal, o que todas querem é se encontrar na busca do amor...


E que mal há nisso? Acho, sim, que esta é uma das buscas mais válidas da vida. Parece que conquistamos muita coisa neste mundo (que ainda é muito masculino, no geral). Mas não há substituto para um encontro entre duas pessoas que fazem algum sentido neste mundo de "som e fúria"...


Então, que venha o vestido de noiva da Carrie e as suas três amigas-madrinhas no altar de St Patrick!... que mal há em desejar felicidade para sempre?


A felicidade possível, claro - em coisas simples e pequeninhas na loucura diária...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

PLOCT PLUFT NHOC!


Quando era criança, adorava as histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Gostava muito do programa da Globo (até já falei aqui no blog sobre a Dona Benta, grande referencial de avó desta época...).


Mas gostava ainda mais de ler os livros do Monteiro Lobato... e imaginava, como deveria ser bom subir naquelas árvores cheias de suculentas e docinhas Jabuticabas!!! E o barulhinho era assim descrito pelo Lobato:


PLOCT (a jabuticaba estalando na boca)

PLUFT (a casca sendo cuspida)

NHOC (o Rabicó abocanhando cada casca, antes mesmo de chegar ao chão!)


Frutinha deliciosa, infelizmente não muito comum aqui em Curitiba. Vez em quando consigo comprar um litro na feira, nem sempre da melhor qualidade.


Hoje vou dormir com desejo de jabuticaba... desde que acordei, ouvi falar muito na fruta! No Bom Dia Brasil, uma reportagem sobre uma cidade de Goiás, grande produtora de jabuticabas... lindo ver as árvores todas carregadinhas, inveja do povo nas redes penduradas nos galhos... no almoço, meu marido e minha sogra comentam sobre as jabuticabas do norte do estado - tá explicado porque não é comum em Curitiba - a planta gosta de calor!!!


Passeando pelo ótimo blog da Neide Rigo (veja o link na lista), veja só o que encontrei! Uma deliciosa receita de refresco e chá de... (adivinhe!). A foto que ilustra este post veio deste excelente blog. O estilo é muito acolhedor e cheio de dicas sobre coisas simples, curiosas e interessantes do mundo gastronômico, mesmo para desastradas na cozinha como eu!


Está decidido. Este sábado vou em busca de Jabuticabas na feira!!! Se não estiverem tão gostosas quanto as de Goiás, um bom chá ou refresco vão render, ao menos...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sem Tempo para Nada!!!!


Dando uma busca no Google, achei mais de 2,5 milhão de páginas com este tema... Muitos blogs com desabafos de gente que não consegue dar conta de tudo o que precisa fazer, sites de carreira aconselhando a se “trabalhar de forma mais inteligente” (como se as pessoas realmente escolhessem, conscientemente, trabalhar de forma estúpida!) ...

Esta última frase está no livro que li hoje: “Sem Tempo Pra Nada – Vencendo a epidemia da falta de tempo”. Que forma melhor de tornar produtivo o tempo de intermináveis 5 horas de poltrona não reclinável (privilégio da saída de emergência), com direito a dose extra de barrinha de cereal?
coelho branco: "é tarde! é tarde!!!"
Devido aos múltiplos feedbacks recebidos em casa nos últimos dias sobre minha atitude estressada (pois não basta ter marido, ele tem que participar...), resolvi aproveitar a viagem para tentar aprender mais sobre o assunto.


O autor é o psiquiatra americano Edward Hallowell. Médico especializado na Síndrome de Deficiência de Atenção, ele detectou que o mundo vive hoje uma epidemia social com sintomas muito próximos ao DDA. Daí, resolveu usar sua experiência para dar alguns conselhos práticos que ajudassem a dar um melhor direcionamento para quem enfrenta este problema.

Acho que dá para resumir os bons conselhos do Dr Hallowell em dois principais, dentre os 10 passos para o resgate da posse do próprio tempo:

- Descobrir e fazer as coisas que REALMENTE nos interessam (considero a parte mais difícil!)
- Não desconectar do mundo, o estressado geralmente se fecha no próprio mundo

No restante, seguem várias técnicas que vão ajudar a entender onde estão os “ladrões de tempo”, reforçar a concentração e o controle emocional.


Me lembra alguma coisa de Sêneca, que escrevia sobre a “agitação estéril” – a necessidade que as pessoas têm de se mostrar ocupadas como formiguinhas, como se isto fosse sinônimo de produtividade. Parece que depois que inventaram o computador, o celular e outras bugigangas, ficou mais difícil escapar deste tipo de armadilha.


Os gregos já sabiam das coisas há muuuito tempo...

domingo, 23 de setembro de 2007

Vai Vedrai - trapézio Cirque du Soleil

Número diferente do que assisti, mas igualmente emocionante.

Alegría,alegría!!!





Ontem tive o PRIVILÉGIO de assistir a uma apresentação do Cirque du Soleil.



Sim, o preço é fora de qualquer noção... o mesmo espetáculo em Paris era vendido na Fnac da Rue de Rennes por 20 Euros (mais ou menos 90 reais, na época). Um lazer acessível para a maioria, portanto.

Mas confesso que afora isto, foi um espetáculo diferente de tudo o que jamais tenha visto. Mesmo tendo assistido vários vídeos do Cirque (que virou moda nos treinamentos sobre mudança, excelência, oceanos azuis e por aí vai). Ao vivo, é outra história.

A expectativa é grande, um estranhamento inicial com os Personagens burlescos que "aquecem" o público antes do primeiro número. E os números se sucedem, numa crescente de emoção e surpresa... os números são emocionantes, plásticos, arrebatadores. Os palhaços surgem entre os números, como que para dar uma oportunidade de rir um pouco antes de se assombrar novamente (e são ótimos, engraçadíssimos!)

E devo confessar que me surpreendi principalmente com a altíssima qualidade da trilha sonora, que, com todo o mérito, levou o disco de platina no Canadá.

Por esse motivo, um dos meus números prediletos do espetáculo acabou sendo o trapézio, que aqui foi encenado com uma única artista, diferente da versão que está no vídeo, com um casal de trapezistas, perfeitamente sincronizados. O que na minha opinião não desfez em nada o encanto, pois a base do número é a música - Vai Vedrai. Uma espécie de tango, com uma letra muito poética, que dá o suporte perfeito para as quedas e retomadas da artista. As letras não são importantes, segundo os criadores, que querem mais ter uma sonoridade que transmita algo universal. Mas o vocal forte, emocionado, dá um tom muito profundo e uma idéia muito precisa da emoção contida neste número, transportando o espectador para o mundo do Cirque já nos primeiros minutos.

Duas horas depois, o que resta é um estado de pura graça e paz interior. Como disse o meu marido, acima de tudo é muito bom assistir um espetáculo feito por gente extremamente competente.

Segue a letra - (AlegriA --Lyrics from Cirquetribune.com)


Vai Vedrai
vai, vai bambino vai vedrai,
vai vai, vai piccino vai vedrai,
vai vedrai dove manca la fortuna

non si va più con il cuore
ma coi piedi sulla luna

oh mio fanciullo, vedrai
vai vedrai

che un sorriso nasconde spesso
un gran dolore, vai vedrai

follia del uomo senza driturra, vai
follia dei guerrier senza paura, vai
follia del bambino pien di vita
che giocando al paradiso
dal soldato fu ucciso

vai, vedrai

sábado, 22 de setembro de 2007

Marie Antoinette - VOGUE Versailles

Segue o v~ideo com o making off do editorial da Vogue, que citei no post anterior

Você gosta de moda?


Mas estou falando de moda levada ao conceito de arte... algo bem anterior ao que vemos nas Zaras da vida e mesmo nas Fashion Weeks banalizadas de hoje.



Assisti ontem ao excelente filme de Sofia Coppola sobre a vida de Maria Antonieta (com a loirinha Kirsten Dunst, ótima no papel - sempre achei a Mary Jane do Homem Aranha muito pouco para ela). Além da abordagem sempre interessante da Sofia sobre angústias e contextos em que a vida acontece, adorei sobretudo os luxuosos figurinos do filme... maravilhosos vestidos, penteados, penteados-esculturas e sapatinhos. Rever Versalhes, onde passei um dos melhores dias de minha vida também foi ótimo.

Lógico que a VOGUE não iria perder este link tão óbvio e realizou um dos seus melhores editoriais no lugar onde tudo aconteceu (Versalhes) com os atores principais do filme. Trabalho fantástico e genial. Além de trazer algumas das melhores criações usadas no filme (como o maravilhoso vestido verde-água com cinto vermelho), foram convidadas as grandes maisons da atualidade, que enviaram verdadeiras obras de arte para serem vestidas pela Kirsten no editorial. Tenho certeza que a Maria Antonieta de carne e osso aprovaria e, certamente, usaria.





Meu preferido é o que está ilustrando este post... um deslumbrante Dior (by Galliano), com 20 metros de papel alumínio negro e organza, praticamente uma nuvem que segue uma fada diáfana... Caudas longas são o máximo, usei uma no meu casamento, inspirada num Versace usado pela Penélope Cruz no Oscar. Beeeeeem mais modesto que o Galliano, claro, mas deu pra sentir o gostinho e o glamour.


Veja o vídeo com o making off do editorial no próximo post e, se puder, assista o filme em DVD. Mas vá com a cabeça aberta, pois não é uma produção de época normal. Trilha ótima, como é normal em produções da Sofia. Muito New Order, Cure e outros mais moderninhos que não lembro o nome.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Avós do século XXI


Quando éramos crianças, qual era a imagem cristalizada da vovó?


Dona Benta, claro!!! Tanto na TV, ao acompanharmos as aventuras da turma do Sítio (que saudade...) quanto no indefectível livro de receitas que havia em toda cozinha brasileira que se prezasse nos anos 60/70...


Muitos avós do século XXI têm outro pique. Mesmo aqueles que já não trabalham, sofrem o imperativo de uma sociedade menos contemplativa que aquela do Monteiro Lobato, com informação demais, pressa demais, tempo de menos. Mas a ternura, o encantamento... estes permanecem e são atemporais.


Acompanho com grande interesse a transformação de meus pais em avós corujíssimos... Um adoçamento da alma que é gradativo e crescente... a cada sorriso, cada som, cada movimento da netinha. Deus sabe o que faz. É preciso comer muito feijão na vida, viver anos e anos de batalha, para então saborear a grande conquista que é tornar-se avô ou avó...


Links interessantes, em inglês. Várias dicas para os vovôs do novo milênio... desde as receitinhas clássicas (afinal avó é mãe com açúcar...) até um artigo sobre como os vovôs financistas orientam seus netos!... Coisas maravilhosas da internet.





Beijos.

domingo, 16 de setembro de 2007

Maria Callas -- Habanera (1962)

Callas, La Divina

Fuçando o ótimo blog da Ana Clara Garmendia (um must-see para quem adora moda e ama Paris, pois ela traz um olhar bem inserido no dia-a-dia das pessoas reais da cidade, ao mesmo tempo em que atualiza as news do mundinho fashion), encontrei a notícia da comemoração dos 30 anos da morte da Divina Callas.

Vai ser amanhã. Quem me dera estar lá.

Ouvi sua voz pela primeira vez na maravilhosa gravação de Carmen, com o maestro Georges Prêtre. Acho que tinha uns 16 anos, foi um dos melhores presentes que ganhei na vida. O LP quase furou de tanto que ouvi e aprendi um pouco de francês ao praticamente decorar o libretto. Daí em diante, viciei e aprendi a gostar de ópera, hoje tenho uma pequena coleção. Mas certamente, dona Callas foi uma das grandes responsáveis pela minha iniciação.

Já li muita crítica sobre a técnica dela, da qualidade da respiração a uma extensão vocal forçada, que acabou comprometendo a durabilidade da voz. Pessoalmente, acho que ela foi uma bruxa formidável, que transmitiu grande personalidade a todas as personagens que interpretou. Para mim não há outra Carmen... com aquela risadinha aguda, deliciosa e contagiante.

No final da página, tem o link para o blog da Ana... quem não conhece, aproveita para conhecer.

Segue também um aperitivo de um grande momento da eterna Carmen. Esse tipo de gente faz falta no meio de tanta mesmice.

Beijos e boa semana.

sábado, 15 de setembro de 2007

Sustentabilidade


Outro dia, numa dessas viagens a trabalho, encontrei uma pessoa num vôo que trabalha com reciclagem de embalagens de cartão, do tipo Tetra-pak. Realidade diferente da minha, que faço as pessoas consumirem mais deste tipo de embalagem, sem contudo atentar para o destino final que terá. Interessei-me pelo assunto e quis saber mais. Contou-me que é possível fazer muitas coisas com as tais caixinhas, que demoram 500 anos para sumir... até telhas para cobertura de casas, acreditem!


Ganhei uma amostra da tal telha e, ainda que um pouco incrédula se a resistência aos efeitos do clima realmente é melhor que a original, rendo-me ao apelo de alguém que tem uma causa tão nobre como fonte de renda. Sustentabilidade, concluo, é mais do que um conceito ligado as causas do meio ambiente. Está ligada a gerenciar bem a relação de causa e efeito entre as coisas, ou seja, a continuidade.


Como nas posturas de ioga, que praticava nos tempos idos. Sempre havia uma onde se trabalhava a extensão do músculo até o limite de cada um... logo em seguida vinha outra postura, que compensava o desgaste feito pela anterior. Assim garantia-se a sustentabilidade do exercício e do próprio iogue...


É um pouco assim que, penso, funciona a própria essência do viver bem neste mundo...


Ontem recebemos amigos muito queridos em casa, para dividir bons momentos, vinho e pizza. Inevitavelmente a conversa acaba caindo nos efeitos da correria e das relações humanas no trabalho e acabamos concluindo que, como não há muita variação nas fontes de desgaste, por mais diferentes que sejam os tipos de empresas, há que se buscar a sustentabilidade de cada um, através da realização em um contexto mais amplo de vida.


As pressões vão existir, como o imperativo de mercado que gera o lixo nos aterros sanitários. Mas entender as possibilidades e buscar outras formas de direcionar a tensão pode garantir a sanidade e a produtividade, dando uma vida mais plena e longa em meio ao ofício nem sempre fácil de batalhar seu espaço neste mundo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Dica esperta no Valor de hoje

Hoje só paga anuidade de cartão de crédito quem quer. Se você ligar para sua administradora de cartão, disser que não quer pagar essa tarifa e que vai trocar de fornecedor, eles cancelam a anuidade e devolvem o que você já pagou de anuidade este ano. Se a administradora não for razoável, troque de administradora. Veja bem, elas já cobram uma nota dos lojistas por esse serviço. De certa forma, você já está pagando, pois os preços acabam sendo maiores quando você usa o cartão de crédito. Muitas lojas chegam a dar 5% de desconto quando o pagamento é à vista em cheque ou dinheiro.

Realmente... dá pelo menos uns 150 reais por ano. Nada justifica pagar isto para simplesmente ter o "privilégio" de ostentar um pedacinho de plástico na carteira. Na verdade, a gente devia é receber por isto, não é verdade?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Chá é coisa de mulherzinha?


Quando resolvi batizar o blog, instantaneamente veio a imagem aconchegante de um bule quentinho de chá, acompanhado de um pratinho com as ditas bolachinhas, arrumadas de forma caprichosa. Os motivos já expliquei no primeiro post, sobre o aconchego e tudo mais.


Chá é coisa de mulherzinha? Pode ter muito marmanjo que goste de uma xícara fumegante, mas que a essência daquela conversinha fácil e despretensiosa, alimentada por delícias sempre muito doces, tem a essência do feminino... isto não se pode negar.


Passei momentos ótimos hoje, com duas amigas mega-ultra-queridas, onde nos entregamos ao prazer de comentar as picuinhas próprias e alheias e consumir várias xícaras - do amargo boldo (sim, há quem o beba por gosto!), passando pelo sempre bom mate e a óbvia erva cidreira, para ajudar a digestão de tantas delícias...


Conversa boa, comida boa e bom vinho - diria Shakespeare, são a essência do bem viver... eu diria que um bom chá entre amigas queridas também tem seus grandes méritos.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Loucura (temporária?) - de Britney a Camille


Que nós meninas somos seres hormonais... nenhuma novidade. O que me faz escrever neste momento é a dúvida sobre certos momentos de loucura onde a presença de uma forte idéia fixa não nos deixa em paz e parece perturbar qualquer tentativa de ordenação racional dos pensamentos...


Outro dia mesmo passei por isto. Uma dor profunda, mais do que uma angústia... Il y a toujours quelque chose de absent qui me tourmente... (como diria Camille Claudel a Rodin, em 1856). Só que a Camille acabou louquinha sem Rodin e sem documento, então só me resta seguir o conselho geral de segurar a minha onda e dar tempo ao tempo... Talvez o tempo de degustar um calmante luxuoso... uma receita inteirinha de brigadeiro de panela, quem sabe? Hummm...


Deve ser difícil para qualquer garota, mas ainda pior para a Britney, com os olhos todos do mundo sobre ela... coitada, a crítica foi implacável com a sua participação no VMA. Detonaram tudo, desde a sincronia da coreografia até a forma física... parece um complô generalizado para substituir a pobrecita pela tal Rihanna, bola da vez onipresente com sua Umbrella em todas as mídias...

... mas, convenhamos, a pior parte da noite da Brit deve ter sido ver o Justin ganhar aquele mooonte de prêmios.... aaaah!!!!

domingo, 9 de setembro de 2007

O Segredo e as Geléias Exóticas


Domingo é dia de ler Danuza na Folha, seu estilo sempre naquele clima "lá em casa" na reflexão pretensamente simples das coisas que nos fazem refletir.


Hoje ela falou sobre decisões importantes a respeito do que realmente gostaríamos de ouvir dos outros. Acho que perdeu a oportunidade de falar mais sobre como temos dificuldade em estabelecer uma visão clara sobre a vida que desejamos e estabelecer os passos que iremos seguir em direção aos nossos sonhos. Deve ser por isso que tantos ganham dinheiro vendendo "Segredos" e outras pílulas de bom-senso-comum...


Parece fácil, mas existem outras forças conspirando... desde a bolsa que sobe e desce, até a necessidade que cada um tem de se manter forte em algum tipo de competição profissional, pessoal, onde a necessidade de sobreviver e manter a sanidade mental é o primeiro degrau desta grande luta.


Por isso admiro qualquer um que tenha tido a coragem de dar seu grito de independência e ser fiel a seus princípios vendendo cachorro-quente na esquina. Mas confesso que minha inveja mais verdinha vai diretamente para aquele editorial recorrente, que volta e meia aparece, seja na revista de decoração ou na outra que ensina a viver mais simplesmente... Sempre há uma ex-estressada que resolveu montar um refúgio no pé da serra e fazer potes de barro, ler a Comédia Humana inteirinha e vender geléias exóticas pela internet... hummmm....


OU COMO DIRIA O MESTRE QUINTANA...

Quantas vezes a gente,em busca da ventura,

Procede tal e qual o avozinho infeliz:

Em vão,por toda parte,os óculos procura

Tendo-os na ponta do nariz!

sábado, 8 de setembro de 2007

SIMPSONIZE-SE!

O mais genial site que achei nos últimos tempos... SIMPSONIZE.COM

Uma aula de marketing do Burger King... o site foi criado na esteira do lançamento do filme dos Simpsons, mas na minha opinião tem tudo para continuar por muito tempo, com vida própria!!!

Ache uma foto sua daquelas tipo identidade, com o rosto pra frente e sem muita sombra, pois senão não vai dar certo... depois é só brincar, alterar acessórios e estilos de roupa, cabelo, etc... É claro que já simpsonizei geral, afinal somos todos todos um pouco Homer, Bart ou Marge às vezes...


Feriadão cheio de preguiça, dia de rever filminhos agua-com-açúcar na tv... Impressionante como o cabo vive de fases... semana passada era o Will Smith - "ele-robô" - onipresente, agora parece que a Sandra Bullock resolveu acampar por aqui...
Muitos canais...
Muita informação...
... e nem sempre me é útil.
Acho que vou tomar um chazinho antes de dormir.

Primeira fornada

Chá com bolachinhas?

Pra mim, sinônimo de aconchego, tranquilidade... paz de espírito, enfim o combustível necessário para inspirar algo tão pessoal como postar sentimentos em um blog...

Para inaugurar a primeira fornada de bolachinhas, um link para um vizinho aqui do Blogspot, que tem uma receitinha que parece realmente óootima...

http://paracozinhar.blogspot.com/2006/11/cookies-de-chocolate.html

Tata