terça-feira, 30 de outubro de 2007

Conspiração Aquariana





Depois de quase 15 dias de silêncio, estou de volta. Com saudades...



Bem que o horóscopo da Folha avisou. Devia ter lido logo de manhã... afinal de que serve receber o jornal cedinho para ler antes de dormir?



Tá lá - "os aquarianos hoje estão sob alguma tensão - as emoções, fora de lógica, dominam o cenário astral (...) Não é o melhor dia para lidar com trabalho ou começar um negócio novo."



Bom, ir trabalhar não é exatamente uma escolha... então "lidar com trabalho" acaba independendo de qualquer avaliação externa. Mas a tensão foi realmente insuportável, uma angústia contínua o dia todo. Tá certo que deve ter TPM e refeições corridas na equação, mas agora fica claro que fui vítima, também, de uma conspiração dos astros!



De que outro modo explicar a pressa frente ao relato de uma amiga apaixonada e a rabugice frente a mensagens de otimismo dos colegas de empresa? Mas o pior foi uma gafe sobre carreira, cometida justamente com o chefe (uma pessoa "do bem", que provavelmente vai levar na boa, mas não merecia).



Resolvi fechar o dia na academia, para compensar os excessos do final de semana. Mais um erro: achei o nome curioso e resolvi fazer a tal aula de "Power Ball". Que basicamente consiste em usar a força do abdome e dos músculos das costas para tentar equilibrar-se em posturas circenses sobre uma enorme bola de borracha. Obviamente que desconheço se possuo tais grupos musculares, pois aparentemente não reconheço nenhuma força nestas regiões... o resultado foi uma total falta de equilíbrio e uma absoluta consciência de que havia escolhido o final errado para um dia idem.



Bom, aí resolvi descontar no transport. Aí, ocorreu o único momento de iluminação do dia... um artigo excelente do Max Gehringer, na Época desta semana, me fez entender parte da tal Conspiração Aquariana. Acho que estou passando por algum tipo de crise de meia idade (não acredito que escrevi isso), do tipo que todo mundo passa ao atingir determinado patamar profissionalmente.



O Max alerta para os riscos dessa crise, tipo jogar tudo pro alto para depois sofrer com o arrependimento. Me chamou a atenção. Acho que, por preguiça, perdemos a chance de ampliar as possibilidades da vida e acabamos concentrando a energia apenas no que consideramos imprescindível para pagar as contas.



Aí me lembrei que voltar pra academia era o meu plano para outubro, estou feliz de tê-lo cumprido. Agora, tenho que traçar as metas para novembro, que já está chegando. Antes do Natal, há tempo para mudar muita coisa neste cenário.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Flores para Paulo


Hoje morreu Paulo Autran, que pena.


Mandei um scrap para minha irmã, ela deve estar triste como eu. Paulo morou um tempo em Curitiba, onde trabalhou com um núcleo de atores locais e definitivamente elevou nossa cena teatral local em vários degraus.


Não me lembro exatamente quando e com qual peça (talvez algo de Ionesco ou algum escandinavo), mas fomos eu e minha irmã numa certa vez assistir o Paulo no aconchegante Guairinha.


E sentamos bem na frente, no gargarejo. Era um tempo mais lírico, quando íamos ao teatro no final da tarde, andávamos de ônibus sem pânico e comprávamos flores na banca Rubiana da rua XV, simplesmente pelo prazer de carregar um buquê.


Naquele dia, tinha comprado um vaso lindo de camélias (ou seriam crisântemos?) para minha irmã, antes de ir ao teatro. O vaso permaneceu sob o colo dela durante toda a peça.


E chamou a atenção do Paulo. Que olhou algumas vezes para as flores, depois para nós. Percebemos que sorria, não sabemos se por achar a cena das irmãs com o vaso no teatro pitoresca, ou ainda por pensar que as flores seriam um presente para ele próprio. Sorriu também, diretamente para nós, no momento dos aplausos finais. Ficamos ainda mais fãs do Paulo.


Assisti uma peça dele há coisa de um ano, mais ou menos. Deu pra notar o peso dos anos e, provavelmente, os primeiros sinais de fraqueza. A voz de contador de histórias continuava marcante, a mesma que adoro escutar dizendo "e vamos ao teatro" no rádio.


Nesse mundo cheio de Pedros Biais pretensiosos a enunciar obviedades e traduzir poesia de powerpoint, vai fazer muita falta o Autran, contando crônicas do Eça ou dando vida a personagens de Moliére.


"Na minha cabeça, não sou nada de melhor que os outros", dizia. Pra quem o viu de pertinho, olho no olho, dá para afiançar que certamente não tinha falsa modéstia.


Fica com Deus, Paulo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O casamento de Carrie e Mr Big


Depois de muito vai e volta e negociações milionárias entre as 4 amigas, parece que finalmente vai acontecer o final feliz da Carrie e do Mister Big... na telona!


Para quem, como eu, está órfã do seriado genial que compreendeu tudo o que se passava na cabeça das solteiras entre os 30 e poucos, é uma notícia fabulosa!


Comprei toda a série em DVD. Acho que a linguagem é ótima, com roteiros sempre provocadores. Lembro-me de finais de semana tediosos, quando sem muita opção em uma cidade onde não conhecia ninguém, fui salva pelo Box da 3a temporada das aventuras de Carrie & Cia.


Muitos dos críticos falam que, apesar do pretenso tom feminista e libertário, a série mostra que o clichê da mocinha romântica continua em voga. Pois afinal, o que todas querem é se encontrar na busca do amor...


E que mal há nisso? Acho, sim, que esta é uma das buscas mais válidas da vida. Parece que conquistamos muita coisa neste mundo (que ainda é muito masculino, no geral). Mas não há substituto para um encontro entre duas pessoas que fazem algum sentido neste mundo de "som e fúria"...


Então, que venha o vestido de noiva da Carrie e as suas três amigas-madrinhas no altar de St Patrick!... que mal há em desejar felicidade para sempre?


A felicidade possível, claro - em coisas simples e pequeninhas na loucura diária...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

PLOCT PLUFT NHOC!


Quando era criança, adorava as histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Gostava muito do programa da Globo (até já falei aqui no blog sobre a Dona Benta, grande referencial de avó desta época...).


Mas gostava ainda mais de ler os livros do Monteiro Lobato... e imaginava, como deveria ser bom subir naquelas árvores cheias de suculentas e docinhas Jabuticabas!!! E o barulhinho era assim descrito pelo Lobato:


PLOCT (a jabuticaba estalando na boca)

PLUFT (a casca sendo cuspida)

NHOC (o Rabicó abocanhando cada casca, antes mesmo de chegar ao chão!)


Frutinha deliciosa, infelizmente não muito comum aqui em Curitiba. Vez em quando consigo comprar um litro na feira, nem sempre da melhor qualidade.


Hoje vou dormir com desejo de jabuticaba... desde que acordei, ouvi falar muito na fruta! No Bom Dia Brasil, uma reportagem sobre uma cidade de Goiás, grande produtora de jabuticabas... lindo ver as árvores todas carregadinhas, inveja do povo nas redes penduradas nos galhos... no almoço, meu marido e minha sogra comentam sobre as jabuticabas do norte do estado - tá explicado porque não é comum em Curitiba - a planta gosta de calor!!!


Passeando pelo ótimo blog da Neide Rigo (veja o link na lista), veja só o que encontrei! Uma deliciosa receita de refresco e chá de... (adivinhe!). A foto que ilustra este post veio deste excelente blog. O estilo é muito acolhedor e cheio de dicas sobre coisas simples, curiosas e interessantes do mundo gastronômico, mesmo para desastradas na cozinha como eu!


Está decidido. Este sábado vou em busca de Jabuticabas na feira!!! Se não estiverem tão gostosas quanto as de Goiás, um bom chá ou refresco vão render, ao menos...