domingo, 8 de junho de 2008

Coisas que aprendi nas Folhas desta semana




Domingo preguiçoso, decidimos ficar em casa mesmo. Desculpa perfeita para não usar maquiagem, usar aquelas roupas suuuper confortáveis e comer na hora e do jeito que der vontade.


Na TV nunca rola nada de interessante (nem na TV a cabo, já escrevi um post sobre isto há algum tempo). Então, nada melhor do que ler as "Folhas" empilhadas durante a semana. Sim, porque acabo lendo as manchetes e a ótima recém criada seção Corrida, que resume o mais interessante do dia.
E aprendi várias coisas, úteis e inúteis!...
Uma delas veio da folha de sábado, aquele caderninho superfútil (e por isso mesmo delicioso) chamado Vitrine. Fiquei chocada! A Moranguinho, ícone da minha infância, acaba de fazer lipo e chapinha! Parece que ser fofinha não é mais o aspiracional das garotinhas do século XXI...

Já na edição de hoje, veio uma notícia bem interessante. Um dos meus colunistas favoritos, Contardo Calligaris, vai lançar um livro com algumas das melhores colunas. Vou comprar, claro. Sou fã do cara, acho impressionante a facilidade que ele tem de traduzir as coisas, desde as mais complexas até as mais cotidianas.

Um exemplo, veja a diferenciação brilhante que ele faz da auto estima masculina e feminina (esta coluna é da semana passada, mas acho um exemplo perfeito). Eu li isso e pensei "É claro, sempre suspeitei disso..." Mas jamais conseguiria colocar em palavras tão diretas como ele faz.

"(...) para os homens, em geral, é mais fácil lidar com uma negativa. Raramente a recusa os leva a uma dúvida radical sobre eles mesmos. Muito antes de perguntar-se "Será que não sou aquela maravilha toda que minha mãe e minhas tias diziam que eu era (e, se não disseram, deveriam ter dito)?", os homens conseguem inculpar detalhes contingentes ("Hoje, excepcionalmente, o desodorante me largou") e, sobretudo, acusam a própria mulher que os recusou: se ela não quis, é porque é "uma puta". Paradoxal, não é?

Pois é, mas o paradoxo é revelador. Para o homem, como era de esperar, a única que não seja "puta" é a mãe, que, supostamente, gostava e gosta só dele.

As outras, que não se extasiam diante de seus vagidos, são "putas" porque podem lhe preferir terceiros quaisquer. Por sorte (de todos nós), essa "segurança" narcisista do homem tem uma pequena falha: a própria mãe, por mais que se extasiasse com ele, fechava-se no quarto com o pai, de vez em quando (para o menino, aliás, não é um bom negócio que a mãe se esqueça de ser mulher).

Seja como for, o narcisismo masculino não se deixa abalar por uma recusa. A convicção de ter sido objeto exclusivo e insubstituível do amor materno é um recurso (quase) seguro: "Pouco importa que as outras não gostem de mim, pois a única que importa gostava e gosta".

Para a maioria das mulheres, acontece o contrário. Uma recusa e uma negativa valem como uma espécie de confirmação do que era suspeitado por elas desde sempre: "Não agrado e nunca fui verdadeiramente amada".
Lógico. Pra quem já viu um jogo de futebol, em que os caras se xingam e trocam pontapés, pra depois rachar o bico juntos comentando os melhores momentos, dá pra sacar que homens e mulheres tem constroem sua auto-imagem sobre referenciais muito distintos... sim, temos várias coisas para aprender com eles também.

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