domingo, 13 de abril de 2008

O que está acontecendo???


Esta foi uma semana em que me peguei pensando bastante sobre as razões que levam coisas, pessoas e situações a mudarem mais ou menos radicalmente.


Desde minha própria condição pessoal, que é o ponto de vista mais imediato que tenho (claro), até pessoas próximas que decidiram mudar seus rumos. Também o quanto podemos aguentar a pressão e controlar nossos impulsos versus a pressão do ambiente.


Óbvio que tudo começa pelo meu próprio umbigo - literalmente. Ataques de sono repentinos durante todo o dia, um resfriado permanente e incontáveis revoluções gástricas por minuto. Além da própria barriga, que agora deu definitivamente o ar da graça (porque quem não sabia do motivo, deveria estar achando que me entreguei aos prazeres da gula...). E o "tal" motivo é nobre, mas é impossível não sentir-me perplexa. Sim, claro, trata-se de um chamado da natureza para a mudança de perspectiva sobre o próprio ritmo, pois afinal existe um "corpo estranho" sendo gestado em minhas entranhas e, por isso mesmo, a energia e a própria resistência têm que sofrer adaptações. Na teoria, parece fácil e sublime.


Mas fiquei pensando também sobre pessoas tomam decisões difíceis. Por exemplo, estar num emprego ou numa relação comercial que não parecem mais fazer sentido, como o caso de 2 conhecidos. Uma colega, das mais queridas, que decidiu deixar a organização para se encontrar novamente em outra empresa. Um cliente, que chegou a um "momento de verdade" sobre a validade de sua história e do grande investimento financeiro e pessoal feitos até hoje para tornar-se o que é.


São situações bem diferentes na natureza das decisões, mas similares na essência, em que o sujeito passa a ser o "corpo estranho" e, diferentemente do bebê em gestação, não encontra um ambiente que o libera da pressão ou resistência. A gestação é do próprio indivíduo em si mesmo, que busca sua libertação através de um caminho diferente, ainda que incerto.


Eu teria interesses egoístas e pessoais, nas duas situações, para que as pessoas em questão mantenham seus atuais vínculos. Mas prefiro crer que o que sentem é legítimo e, por isso mesmo, torço para que atinjam seus objetivos de mudança.


Por muitas vezes, tentei antecipar como seria minha vida neste momento de formação de uma nova família. Nada chegou perto da realidade, que acabou sendo muito melhor do que qualquer expectativa. Mas a gestação tem me levado a sentir que ainda não acabou. Vem mais mudança por aí. Ela é um processo exógeno (de dentro pra fora) e que vem silenciosamente se instalando nos últimos 3 ou 4 anos. Mas é nos últimos 4 meses que tenho me sentido perplexa com uma certa frequência, o que não acontecia muito anteriormente. E dá um pouco de medo, confesso.


E aí busco consolo em Kahlil Gibran... "A perplexidade é a gênese do conhecimento" (sobre si próprio, principalmente!)

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