segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eu e meu Kindle

Adoro ler. Bom, geralmente quem gosta de escrever tem esta característica.

E tenho para mim que uma parte dos meus atrasos em atualizar o blog veio da diminuição das leituras no último ano. Mas agora acho que retomei o ritmo. Tudo por causa de um brinquedinho novo, bem divertido, que me dei de presente de aniversário - um leitor de livros eletrônico, o famoso Kindle da Amazon.com.

Namorei o bichinho por algumas semanas até decidir. Quando finalmente tomei coragem e apertei o botãozinho de compra, quase desisti ao ver o preço em dobro, calculado com os impostos de importação (pois esqueci que afinal tratava-se de um eletrônico...). Graças a Deus, uma boa alma - colega de trabalho que mora nos EUA, prontificou-se a me trazer o mimo.

Na mesma semana em que o Kindle chegou em minhas mãos, saiu uma reportagem na Veja sobre o IPad, que vai ser a promessa da Apple para brigar neste novo mercado. Sem o acervo da Amazon (ainda) e com uma tela brilhante igual ao IPhone (e por isso mesmo, bem mais cansativa para a leitura). Enfim, não duvido que os caras vão se tornar a referência rapidinho, mas confesso que sinto um certo orgulho de possuir o aparelho que fez a primeira revolução editorial em muitos e muitos anos depois de Gutemberg inventar a imprensa.

No começo é um pouco estranho. Pra quem ama livros, parece fazer falta o cheiro do papel, a textura. Mas é só começar que já vira cachaça, o aparelhinho tem vários recursos legais que facilitam a leitura. Pouca coisa em português (por enquanto só o Paulo Coelho completo e alguns autores menos conhecidos). O que não é de todo ruim, desculpa perfeita pra praticar o meu inglês, que andava meio basicão.

Os livros são baixados online na hora (o aparelho tem wireless embutido) e ainda tem um recurso bem legal de baixar amostras grátis (de um ou dois capítulos).  Delícia, poder ler na hora, na sala de casa ou onde se quiser, o pedacinho de um livro que você tinha a maior curiosidade...

Coisa de quem ama bibliotecas. Pode me chamar de nerd, sou mesmo, sempre fui. Fugia das aulas de educação física pra me refugiar numa delas, no colégio. Ficava horas, só lendo trechinhos de livros. Tenho até hoje o exemplar (que nunca devolvi) da carta de Pero Vaz de Caminha (porque o pedacinho que estava no livro de História parecia insuficiente para a minha curiosidade).

Alguns trechos inesquecíveis de filmes com bibliotecas: a primeira vez que o frade franciscano vivido por Sean Connery conhece a coleção proibida dos beneditinos, em o Nome da Rosa (o livro é ainda melhor que o filme). Outro: a noite que o detetive interpretado por Morgan Freeman passa pesquisando na biblioteca de Nova York (maravilhosa) em Seven...

(E também penso que meu filhote irá achar jurássico este aparelhinho que apareceu no mesmo ano em que nasceu!... Ele, que ama seus livrinhos coloridos, certamente irá ter um hábito de ler muito diferente do que tive até pouco tempo, mas espero que ame tanto quanto sua mamãe o prazer da leitura.)

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