domingo, 20 de janeiro de 2008

"Apenas" semântica?...


"If you don´t say what you mean, you can not mean what you say"


Achei bonita a frase, ainda mais dita com delicioso sotaque britânico pelo preceptor do último imperador chinês Pu Yi, no famoso filme de Bernardo Bertolucci. Sábias palavras.


Uma vez, tive um chefe que, durante uma conversa de feedback, questionou uma frase minha, mudando um verbo por uma palavra que parecia ter um significado semelhante. Eu achei estranho e disse a ele: "que diferença faz? É apenas semântica..."


Ele riu e disse: "Pois é, mas a linguagem faz toda a diferença para entender o que realmente queremos dizer". Um pouco como a frase do professor inglês - to mean revela a intenção de quem fala, portanto os significados embutidos nas palavras podem mudar conforme a forma como estão colocadas em uma frase.


Pode parecer assustador - e é, às vezes, principalmente neste mundo novo de internet, onde muita gente escreve sem cuidado, de forma cifrada. Ou ainda, faltando a pontuação que contextualiza.


Tomo muito cuidado quando escrevo qualquer coisa, desde um email de trabalho, uma justificativa para multa no Detran e, claro, os posts no Chá com Bolachinhas! Tudo a ver com a questão do significado - quero me tornar compreensível para quem lê e, acima de tudo, fiel aos meus pensamentos. É trabalho artesanal, não tem como ser diferente.


Faço parte de uma comunidade no Orkut chamada "Good Writing is Sexy". Pessoalmente, me impressiona muito a habilidade de uma pessoa em buscar a melhor forma para colocar pensamentos e palavras por escrito. Como o princípio básico para saber escrever é gostar de ler, dá para concluir quase sem margem de erro que este tipo de gente sempre tem algo interessante para dizer.


Fui conquistada "por escrito" por um homem que um dia seria meu marido, madrugadas adentro no MSN. Saber escrever bem pode ser uma arte, mas pode também ser uma vantagem competitiva (e sexy!) em momentos inesperados...

domingo, 13 de janeiro de 2008

Sobre epidemias antigas em um mundo moderno


Passei a semana lendo e ouvindo coisas sobre Febre Amarela. Acabo de somar o Mato Grosso do Sul à minha área de trabalho - e duas amigas queridas já me perguntaram se a vacina está em dia...


Bem, tomei a bendita há cerca de 6 ou 7 anos, na primeira viagem ao Peru - lembro-me que doeu pra burro e me deixou enjoada por uns 2 dias!... Leio na Folha de hoje que deu fila em vários aeroportos do sudeste e que turistas argentinos em pânico também acorreram aos postos da Anvisa.


Uia! Meda! Creda!... Não bastassem as pragas modernas, tipo Aids e todas as formas de depressão, agora estamos voltando a ser um cortiço infectado por zoonoses?


Converso com meu pai, ele que já trabalhou em órgãos públicos ligados à saúde. E ele confirma minhas suspeitas: além do sucateamento da infra-estrutura, nosso Grande Molusco está saqueando também a saúde. Todo o esforço construído em anos para matar mosquitos e tornar nosso país mais evoluído neste quesito está regredindo (provavelmente virado em bolsas-família ou pior, mensalões, valeriodutos ou dinheiro para as rinhas de galo do Duda Mendonça).


Enfim, resta esperar aonde iremos parar depois dessa... Já estão falando em gente morrendo de "doença do Pombo" (ou Cryptococose) no norte do Paraná e ninguém está mexendo um dedo para tomar atitudes. A filha de uma das vítimas, que é médica e, portanto, deve saber do que está falando, alerta para o perigo de uma epidemia e também revela o descaso das autoridades (inclusive do burraldo Ibama, que mais uma vez coloca o carro frente aos bois).


Talvez eles tenham razão: melhor poupar as pombinhas "da paz", que como ratos infestam a maioria das cidades, do que evitar a morte de milhares de seres humanos...


E não há de ser nada, afinal: o ministro da saúde vai tranquilizar todo mundo em seu pronunciamento hoje à noite. Ah, bom.


Para quem quiser saber mais, seguem alguns links:


Sobre a Doença do Pombo:



Sobre a Febre Amarela:



domingo, 6 de janeiro de 2008

Resoluções de Ano Novo


Esta é a semana em que o Ano realmente começa, depois das semanas preguiçosas das festas e a ressaca dos primeiros dias de trabalho logo após a virada...
Pois começo o primeiro post de 2008 refletindo sobre o que desejo para este ano. Vai ser difícil superar 2007 no quesito pessoal, por isso começo a escolher os focos da minha atenção neste ano onde não evoluí suficientemente no ano anterior - saúde física, estudos, visão de mundo e futuro.
Os dois primeiros são quantificáveis e mensuráveis, mas o terceiro traz um componente grande de introspecção - que exige uma energia considerável para romper a inércia que nos aprisiona ao status quo e à rotina.
Tem uma frase do Dalai Lama que diz "às vezes, não conseguir o que você mais gostaria em um determinado momento, pode ser a maior sorte do mundo". E tomar decisões sobre algo que precisamos mudar pode ser o tipo de coisa que exige paciência tibetana, mas que definitivamente vale a pena.
E, por isso mesmo, não estar mais com "aquela pessoa", perder a chance de morar em "algum lugar" ou sentir-se diferente em relação à opinião de alguém sobre "aquele trabalho", podem ser a faísca necessária para acender a alma em direção ao que realmente importa.
Para firmar o pensamento em uma nova direção, temos que optar por mudar o caminho em primeiro lugar. Parece lógico, mas é incrível como resistimos a fazer a curva, como se esperássemos que o mesmo percurso nos levasse magicamente a um novo destino.
Acredito que o melhor sempre está por vir, sou otimista. Apesar da natureza impaciente, que me atormenta em querer ver logo os resultados, dar o presente antes da data, ler o livro pelo final e começar a leitura do jornal pela seção de Cultura e quadrinhos...
Por isso, desejo em 2008 sobretudo aprender a ser mais paciente, fiel a meus valores e assertiva. E, claro, todo o mais: sonhos realizados, paz de espírito e menos gente egoísta no mundo (será pedir demais?)